O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou na semana passada uma nova versão do mapa-múndi oficial com o Sul no topo e o Brasil no centro da imagem. A proposta, segundo o órgão, é oferecer uma nova perspectiva cartográfica que valorize o protagonismo do Sul Global e questione convenções históricas que privilegiam países do Norte.

No Twitter (X), ou X (Twitter?), especialistas e até mesmo alguns “aspirantes” a especialistas não foram muito com a cara da nova representação, até pedindo desculpas como se representassem todo o povo brasileiro. Alguns por exemplo disseram (escrito abaixo como publicado):
-“Me desculpem, pelo que o governo atual tem feito”, “as a Brazilian. I’m sorry for this non-sense”, “Que vergonha” e por fim…
“Sorry guys, this really reflects our government right now, hopefully, we’ll change that next year. My apologies.”
Teve também quem concordou com o IBGE, com a visão de que o planeta Terra é um GLOBO, isto é… não existe um lado certo ou errado para representar e nada melhor do que: se for representar o Brasil, que ele esteja no centro e no norte.
“Muitos países tem sua própria versão, mas os com complexo de inferioridade acha que estamos passando vergonha kkkk”
Outro exemplo aponta a representação como uma forma de se distanciar da colonização
“O IBGE decolonizou o Mapa Mundi e tem brasileiro chorando pq não consegue viver sem o sentimento de ser um eterno colonizado”
Conforme aponta o professor Luis Henrique Ribeiro, da Uerj, em entrevista à Agência Brasil, os mapas não são neutros, afinal, “eles expressam valores e visões de mundo. Ao recentrar o Brasil, o IBGE desnaturaliza padrões consagrados e propõe um novo olhar geopolítico”.
A projeção usada é a Eckert III, considerada mais equilibrada para representar o globo. É uma escolha técnica, mas também simbólica, pois se afasta das projeções tradicionais como a de Mercator — criada no século 16, durante a expansão europeia, e marcada por distorções que favorecem o hemisfério Norte.
Embora o novo mapa possa causar estranhamento, pesquisadores, entrevistados pela Agência Brasil, lembram que ele ajuda a repensar a relação do Brasil com o mundo. “Não é só localização, é posicionamento”, afirmam João Pedro Caetano e Carolina Russo, da Associação de Geógrafos Brasileiros. “Mapas podem ser ferramentas de dominação, mas também de transformação social”.
*Com informações da Agência Brasil