A vaquinha (campanha de financiamento coletivo) para ajudar Abdul Haris Agam, guia que ajudou no resgate do corpo da brasileira Juliana Marins após a queda no Monte Rinjani, na Indonésia, foi cancelada neste domingo (29).
A vaquinha arrecadou mais de R$ 500 mil em poucos dias, mas gerou uma forte reação nas redes. Usuários criticaram a taxa de 20% prevista para cobrir custos administrativos. Vale lembrar que Agam permaneceu ao lado do corpo de Juliana, até dormiu próximo a ele para evitar que deslizasse ainda mais no solo instável.
As organizações Voaa e Razões para Acreditar, que coordenaram a arrecadação, anunciaram o cancelamento. Segundo o comunicado, os questionamentos sobre a taxa motivaram a decisão, embora a cobrança estivesse detalhada no site desde o início.
“Mesmo sendo uma decisão difícil, entendemos que o caminho mais transparente neste momento é cancelar a campanha e devolver integralmente as doações em respeito ao Agam e a cada doador”, afirma a nota. A devolução começou nesta segunda-feira (30), pelos mesmos canais de pagamento.
A taxa de 20% provocou reações negativas de anônimos e famosos. A cantora Simony e o humorista Rafael Portugal expressaram indignação publicamente. Diversos internautas acusaram os organizadores de oportunismo. Também criticaram o fato de Agam já contar com o valor, que ele pretendia dividir com outros sete voluntários que participaram do resgate em área de risco.
A Voaa explicou que a taxa cobre mais do que a hospedagem da campanha. Segundo a empresa, o valor inclui curadoria, verificação de informações, produção de conteúdo, comunicação estratégica e suporte jurídico e financeiro. Mesmo com as explicações, a pressão nas redes sociais cresceu e levou ao encerramento da campanha.