Emissoras públicas defendem protagonismo mundial contra desinformação

Emissoras públicas contra fake news: Evento na USP discute o papel da mídia pública no jornalismo, educação e fortalecimento da democracia.

Compartilhe

© Cadu Pinotti/Agência Brasil

Representantes de organizações nacionais e internacionais estão reunidos, em São Paulo, para debater o papel das emissoras públicas na prática do jornalismo, na programação cultural e na educação. O 1º Congresso Internacional de Emissoras Públicas da USP, que acontece nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), pretende fomentar debates sobre o papel das emissoras públicas, destacando sua contribuição para o jornalismo de qualidade, o fortalecimento da democracia, a valorização da pluralidade, a programação cultural e a promoção da educação midiática, sempre orientadas pelo interesse público. 

O diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, afirmou no evento que a desinformação sempre existiu, mas a desinformação como método político, instrumento da extrema direita, é a novidade mais recente, principalmente com a ascensão das redes sociais

“A desinformação tem dois braços. O primeiro é desestabilizar democracias. Nós vivemos isso muito de perto aqui no Brasil, com o questionamento, por exemplo, do processo eleitoral, que é exemplo no mundo. Outro exemplo é a vacinação, também referência para o mundo, que é um serviço público, também foi afetado pela desinformação. São dois exemplos de como a desinformação pode afetar o acesso a políticas e serviços públicas”, disse. 

Jean Lima citou os veículos da EBC como parte da credibilidade do jornalismo como forma de combater a desinformação. 

“Temos na TV 2 horas e meia de jornalismo diário, que informa a população sobre os serviços, atendimento ao cidadão, políticas públicas. Temos a Rádio Nacional, que presta serviço importante, também por meio de podcast, com ações educativas e informativas”. 

Ele mencionou também a Rádioagência e a Agência Brasil, agência pública de notícias, ambas da EBC

Fake news

A correspondente da ARD na América do Sul (Associação de Empresas Públicas de Radiodifusão da República Federal da Alemanha), Anne Herrberg, ressaltou que a entidade, para combater as fake news, tem usado mais tempo para checar as informações e fontes

“Hoje temos muitos mecanismos para fazer a checagem de dados e fatos. Temos um departamento jurídico que também ajuda muito a eleger palavras, ver qual o impacto de algo e como podemos falar algo. Temos também trabalhado para construir fontes para deixar nosso trabalho mais transparente para a audiência”, explicou.  

O diretor de redação da BBC Brasil em Londres, Caio Quero, defendeu que antes de falar em como combater as fake news é preciso destacar o impacto de ser uma emissora pública no conteúdo e como é importante reforçar a segurança da informação para impactar positivamente no ambiente internacional mais democratizado com as pessoas acessando e produzindo muita informação.  

“Nós, como parte do serviço público, como emissoras públicas e como veículos de comunicação pública, temos que lembrar primeiro que a cadeira, o computador, tudo isso é bem público. E o nosso motivo final de existência, que é o conteúdo, também é público. E isso tem algumas questões que a gente tem que lembrar: um dos valores mais importantes da BBC é o que eles chamam de value for money, que é valorizar o dinheiro do contribuinte e lembrar que o contribuinte está financiando o nosso jornalismo, que tem que ter qualidade”, afirmou. 

O diretor de Programação da TV Cultura, Eneas Carlos Pereira, ressaltou que a desinformação é fruto, principalmente, da polarização e das transformações tecnológicas, que dá uma grande repercussão para as notícias falsas. 

“A pós-verdade ou a desinformação, as fake news, acabam nascendo do casamento perverso do populismo e da polarização. Os dois meios que se retroalimentam e criam pós-verdade. Isso não é privilégio nem de uma direita, nem de uma esquerda. Isso acaba sendo uma conduta humana para permanência no poder”, avalia. 

Para Eneas, é preciso estar atento porque a forma de comunicação pública não tem acompanhado a transformação que tem acontecido desde o surgimento dessas “fazendas digitais”. 

“Existe uma nova forma de fluir conteúdo, as pessoas hoje falam e absorvem conteúdo de uma forma distinta. Porque aquela forma de comunicar dos programas de uma hora, daquelas coisas muito extensas hoje já não têm mais a mesma funcionalidade. Nós da comunicação pública precisamos estar atentos a isso”.  

Emissora pública

Por definição, emissoras públicas são aquelas que não têm finalidade comercial e não se subordinam a gestões partidárias, governamentais ou religiosas. Elas se financiam por meio de verbas públicas ou de orçamentos assegurados por legislações públicas e são geridas por boards ou conselhos curadores que contam com a participação de representantes da sociedade civil. Isso significa que os canais de televisão e de rádio diretamente controlados pelo Estado não podem ser considerados propriamente públicos. 

OUÇA O PRIMEIRO EPISÓDIO DO PODCAST DO PORTALGO: QUEM VAI GANHAR?

Recentes
Golpe da CNH gratuita volta a circular; Detran-GO desmente e orienta vítimas
Golpe da CNH gratuita volta a circular; Detran-GO desmente e orienta vítimas
Goiás · 19min
Solidão vira problema global de saúde e afeta 1 a cada 6 pessoas, aponta OMS
Solidão vira problema global de saúde e afeta 1 a cada 6 pessoas, aponta OMS
Saúde · 4h
Segundo Unifesp 11,4 milhões de brasileiros já usaram cocaína ou crack
Segundo Unifesp 11,4 milhões de brasileiros já usaram cocaína ou crack
Saúde · 4h
Adeus a Jorge Braga: cartunista morre em Goiânia
Adeus a Jorge Braga: cartunista morre em Goiânia
Goiás · 8h
Mais do PortalGO
Murilo Huff
Foto: Reprodução Instagram
Murilo Huff obtém guarda provisória do filho
Murilo Huff conquista a guarda provisória do filho Leo em disputa judicial contra avó materna do garoto 01 jul 2025 · Entretenimento
Foto: Unsplash
A origem dos signos
Conheça a origem dos signos do Zodíaco e sua evolução histórica, da Mesopotâmia até a cultura popular contemporânea. 01 jul 2025 · Cultura
Foto: Reprodução Instagram
Corpo de Juliana Marins chega ao Brasil nesta terça-feira
Corpo de Juliana Marins, morta em acidente na Indonésia, passará por uma nova autópsia 01 jul 2025 · Brasil
Divulgação: FIFA
Após as oitavas de final, restam 2 brasileiros na briga pelo titulo do mundial
Paulino decide e Palmeiras reencontra Chelsea em 04/07. Flu avança após atuação sólida; Fla cai com 4×2 para Bayern. 01 jul 2025 · Esportes
Foto: Unsplash
Confira alguns títulos que chegam à Netflix em julho
Confira os principais lançamentos da Netflix em julho, incluindo documentários, séries e filmes. 01 jul 2025 · Cultura
Foto: Divulgação Secom Prefeitura de Aparecida
Aparecida de Goiânia oferece quase mil vagas de emprego nesta semana
Sistema Municipal de Emprego (SIME) de Aparecida de Goiânia oferece 934 vagas em diversas áreas nesta semana. 01 jul 2025 · Cidades
Divulgação – Prefeitura de Goiânia
Goiânia implementa nova tecnologia para os ônibus
Prefeitura implanta chip que faz semáforos abrirem para ônibus em Goiânia. Meta: 200km de vias metronizadas até 2027 para agilizar transporte. 01 jul 2025 · Cidades
Divulgação: Câmara Municipal de Anápolis
Jornalista Vassil Oliveira assume comunicação da Câmara de Anápolis
Nomeação estratégica: Vassil Oliveira com 3 décadas de experiência para comunicação legislativa em Anápolis. Já chefiou ABC e mídias goianas. 30 jun 2025 · Poder
Foto: Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos
CNU abre inscrições em julho com 3.642 vagas em 32 órgãos
Concurso Unificado 2025 abre com 3.642 vagas. FGV organiza seleção em 9 blocos temáticos. Inscrição única para vários cargos. Taxa: R$70. 30 jun 2025 · Trabalho
Foto: Victor Piemonte/STF
Barroso define Moraes como relator de ação sobre decreto do IOF no STF
Moraes julgará ADI sobre decreto do IOF. PSOL alega que Congresso feriu Constituição ao sustar medida sem comprovar abuso do Executivo. 30 jun 2025 · Política