Dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Mapa da Segurança Pública, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que o Brasil registrou queda de 6,33% nos homicídios dolosos em 2024. Foram 35.365 mortes desse tipo no último ano, contra 37.754 em 2023.
A análise também revela redução nos latrocínios (roubo seguido de morte), com queda de 1,6%, e nas mortes decorrentes de intervenções policiais, que caíram 4% — foram 6.134 mortes em 2024, ante 6.391 no ano anterior.
Segundo o ministério, os avanços são, em parte, atribuídos a dois projetos estratégicos: o Projeto Nacional de Qualificação de Uso da Força e o Projeto Nacional de Câmeras Corporais, ambos focados na melhoria das práticas policiais e no aumento da transparência nas abordagens.
Redução nos crimes patrimoniais
O levantamento também aponta queda significativa nos crimes patrimoniais, como furtos e roubos:
- Roubo a instituições financeiras: queda de 22,5%
- Roubo de cargas: queda de 13,6%
- Roubo de veículos: queda de 6%
- Furto de veículos: queda de 2,6%
Crimes contra as mulheres crescem
Apesar dos avanços, os crimes contra as mulheres voltaram a subir. O número de feminicídios — assassinatos de mulheres motivados por violência doméstica, menosprezo ou discriminação — cresceu em 2024, após queda no levantamento anterior.
Foram registrados 1.459 feminicídios no ano passado, média de quatro mulheres assassinadas por dia. A Região Centro-Oeste lidera o índice com 1,87 mortes a cada 100 mil mulheres, acima da média nacional de 1,34.
Também cresceram os casos de estupro, com 71.834 vítimas registradas em 2024 — uma média de 196 mulheres violentadas por dia.
Desaparecimentos em alta
O número de pessoas desaparecidas também aumentou 3,01%, passando de 77.986 casos em 2023 para 80.333 em 2024. Por outro lado, o número de pessoas localizadas teve um avanço positivo, com crescimento de 6,42%.
Desafio na coleta de dados
Durante a apresentação do estudo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a dificuldade de produzir estatísticas consistentes devido à falta de uma base de dados unificada no país. Ele reforçou que a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, em discussão no Congresso, visa solucionar esse problema.