Ter plantas em casa vai além da estética. A ciência tem revelado, ao longo dos anos, que a presença de vegetação no ambiente doméstico pode trazer benefícios concretos para o corpo e a mente.
Pesquisas realizadas por instituições de grande peso, como a NASA e universidades europeias e asiáticas, demonstram que o simples ato de cultivar uma planta pode fazer diferença no bem-estar físico e emocional.
Purificação do ar?
Um dos estudos mais citados sobre o tema é o Clean Air Study, realizado pela NASA em 1989. A pesquisa investigou o potencial de plantas para remover poluentes comuns do ar, como benzeno, formaldeído e tricloroetileno. No entanto, é crucial entender o contexto desses resultados: os testes ocorreram em pequenas câmaras seladas.
Embora plantas como a espada-de-São-Jorge (Sansevieria trifasciata) e o lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii) tenham se mostrado eficientes nesse cenário controlado, cientistas hoje concordam que, em uma casa ou escritório com ventilação normal, seu impacto na qualidade do ar é mínimo, mas não desprezível.
Plantas e saúde mental
Além dos impactos físicos, os efeitos psicológicos também são documentados. Um artigo publicado no Journal of Physiological Anthropology (2015), de pesquisadores da Universidade de Chiba, no Japão, concluiu que o contato interativo com plantas pode reduzir o estresse fisiológico.
Os participantes que transplantaram uma planta apresentaram redução da frequência cardíaca e da pressão arterial, sugerindo um estado de relaxamento. Paralelamente, outras pesquisas na área da terapia hortícola também já associaram o contato com a jardinagem à diminuição dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Foco e produtividade
Outro estudo, desta vez da Universidade de Exeter, no Reino Unido, publicado na revista Journal of Experimental Psychology (2014), descobriu que ambientes de trabalho com plantas aumentam a produtividade em até 15%. Segundo os pesquisadores, o verde melhora a concentração, a satisfação no trabalho e até a percepção de qualidade do ar.
Em casa, os benefícios são similares. Segundo um levantamento da Royal Horticultural Society (RHS), no Reino Unido, cultivar plantas pode ajudar a combater sentimentos de solidão e isolamento, além de estimular a sensação de propósito e autocuidado. Essa prática tem sido particularmente valorizada após a pandemia da covid-19, quando muitas pessoas passaram a buscar no cultivo doméstico um refúgio contra o estresse e a ansiedade.
Considerando esses fatores, incorporar plantas no ambiente doméstico pode contribuir para um espaço mais saudável, equilibrado e agradável. E, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso ter “dedo verde” para começar: espécies como jiboia (Epipremnum aureum), zamioculca (Zamioculcas zamiifolia) e suculentas exigem poucos cuidados e oferecem grandes recompensas ao corpo e à mente.