O ministro Alexandre de Moraes, do STF, marcou para o próximo dia 24 o interrogatório dos sete réus do Núcleo 4, apontados pela PGR como responsáveis pela disseminação de desinformação no esquema golpista ligado a Jair Bolsonaro.
O grupo teria articulado ataques ao processo eleitoral, espalhado mentiras sobre as urnas eletrônicas e ameaçado autoridades que atrapalhavam o plano de impedir a transição de poder.
Os réus enfrentam acusações de organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Se condenados, podem pegar mais de 30 anos de prisão.
Na última quarta-feira (16), Moraes ouviu as últimas testemunhas de defesa por videoconferência. Por decisão do ministro, o Supremo não permitiu gravações ou transmissões das audiências. Apenas jornalistas credenciados acompanharam os depoimentos, direto da sala da Primeira Turma.
O interrogatório será a chance dos acusados apresentarem sua versão. Após os depoimentos, acusação e defesa poderão solicitar novas diligências. Só então Moraes poderá encerrar a instrução do processo e abrir prazo para as alegações finais.
O julgamento caberá à Primeira Turma do STF, formada por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Flávio Dino e o próprio Moraes.
O Núcleo 4 inclui militares da reserva e um policial federal:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
- Ângelo Martins Denicoli (major da reserva);
- Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente);
- Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel);
- Reginaldo Vieira de Abreu (coronel);
- Marcelo Araújo Bormevet (policial federal);
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).