O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta terça-feira (8) a atuação das casas de apostas online no Brasil, conhecidas como “bets”, e defendeu que o setor pague mais impostos. Segundo ele, essas empresas lucram alto no país, geram pouco emprego e ainda enviam a maior parte do dinheiro arrecadado para o exterior, sem deixar benefícios significativos à economia nacional.
“O governo anterior tratou as bets como se fossem instituições filantrópicas, sem cobrar um centavo em quatro anos. Os caras ganham uma fortuna aqui, mandam o dinheiro embora e a gente fica com o quê?”, questionou o ministro, em entrevista.
Haddad comparou a tributação das bets à aplicada sobre produtos como cigarros e bebidas alcoólicas. “São setores que exigem controle. Se proíbe, piora. Mas é preciso enquadrar esse mercado com responsabilidade fiscal”, afirmou. A proposta de maior taxação, segundo ele, visa fortalecer as finanças públicas e manter o crescimento econômico.
“Nosso foco é garantir resultados fiscais robustos, com crescimento sustentável, queda na inflação e baixo desemprego. Mas há setores que parecem querer sabotar esse esforço por questões eleitorais”, criticou.
O ministro também comentou a disputa entre o governo e o Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que está suspenso por decisão do STF. Haddad evitou polarizações. “Esse Fla-Flu não ajuda ninguém. Estamos buscando uma solução institucional e responsável”, disse.
A audiência de conciliação sobre o tema está marcada para 15 de julho no Supremo. Haddad reforçou a importância do diálogo com o Congresso e elogiou o presidente da Câmara, Hugo Motta. “Não vamos brigar. O país precisa de entendimento e estabilidade”, afirmou.
Sobre o projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, Haddad se mostrou otimista. “O relator Arthur Lira tem conversado com a gente, e acredito que será aprovado com ampla maioria”, concluiu.
*Com Elaine Patricia Cruz – Agência Brasil