Durante seu voto na Ação Penal 2668, também referida como trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta semana (09/09) argumentos apresentados pelas defesas dos réus no processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete investigados. Em seu pronunciamento, Moraes classificou como próxima da “litigância de má-fé” a tese de que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid apresentaria múltiplas versões conflitantes.
De acordo com o ministro, as alegações de que Cid teria feito oito versões distintas de depoimentos são equivocadas. “Não há nem oito, nem nove e nem catorze delações”, afirmou, reforçando que os depoimentos foram prestados de forma regular, voluntária e com gravação em áudio e vídeo.
Além disso, Moraes destacou que a colaboração de Cid foi dividida em várias etapas pela Polícia Federal, pois elas trataram de fatos muito diferentes, como o caso das joias sauditas e os cartões de vacinação de Bolsonaro, por exemplo.
O ministro também abordou os questionamentos sobre áudios divulgados pela revista Veja, nos quais Mauro Cid afirma sentir pressão da Polícia Federal para colaborar com a investigação. Segundo Moraes, os vazamentos não prejudicam a defesa, já que os advogados tiveram acesso a todos os conteúdos e puderam contestar cada ponto das delações.
Durante a fase de questões preliminares, as defesas haviam argumentado que o STF não seria a corte adequada para julgar o caso e que houve excesso na divulgação de documentos pela acusação, dificultando a análise de provas. Moraes reafirmou a legalidade e a voluntariedade da colaboração de Cid, ressaltando que todas as gravações de depoimentos estavam disponíveis para conferência.
O caso segue em julgamento.