Neste domingo, as manifestações do dia 7 de setembro de 2025 ocorreram em vários estados brasileiros, com maior destaque para São Paulo e Goiânia, e foram marcadas por reivindicações de anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro, além de críticas direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Goiânia

O tradicional desfile contou com a presença do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil). Na ocasião o governador voltou a comentar sobre uma anistia, em caso de uma eventual vitória nas eleições: “Vocês sabem que eu sei pacificar o Brasil. Sou homem que vai anistiar tudo aquilo que ocorreu e dar paz para o país”.
Fora dos atos oficiais, centenas de pessoas se concentraram na capital goiana em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pedindo anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e criticando o Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os presentes estavam parlamentares da base bolsonarista, que reforçaram a narrativa de que Bolsonaro é alvo de perseguição judicial. Durante a manhã, faixas com frases como “Anistia já” e “Nossa bandeira nunca será vermelha” foram erguidas pelos manifestantes.
O deputado estadual Amauri Ribeiro (UB) afirmou que há risco de o ex-presidente Jair Bolsonaro ser preso ou tornar-se inelegível. Bolsonaro, no entanto, já está em prisão domiciliar e inelegível até 2030 — neste último caso por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em razão do episódio com embaixadores em julho de 2022, quando fez falsas alegações sobre a segurança das urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. Já o senador Wilder Morais (PL) destacou que obteve 41 assinaturas no Senado para que avance um projeto de anistia. Segundo ele, eleições sem Bolsonaro seriam “golpe”.
Também presente, o deputado federal Gustavo Gayer (PL) defendeu que o movimento representa valores como fé, pátria e liberdade.
Outras cidades

Já em São Paulo, a Avenida Paulista foi palco de manifestações organizadas por grupos de direita e movimentos religiosos durante o evento denominado Reaja Brasil. Entre as pautas defendidas, manifestantes pediram liberdade para Jair Bolsonaro, anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o julgamento do ex-presidente é conduzido com base em “narrativas da esquerda” e classificou a atuação de Moraes como “tirania”. Para ele, a anistia deveria ser “ampla e irrestrita”, em nome da pacificação nacional.
Outro destaque foi a participação do pastor Silas Malafaia, que criticou decisões do STF e relatou a apreensão de seus cadernos de oração em uma operação autorizada por Moraes. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro encerrou os discursos, com falas de cunho religioso e críticas à vigilância que, segundo ela, seu marido enfrenta.
Além de Tarcísio, o evento contou com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), além de senadores e deputados. Uma bandeira dos Estados Unidos foi estendida na Paulista durante o ato.
No Rio de Janeiro, a manifestação reuniu apoiadores em Copacabana e contou com a participação do governador Cláudio Castro (PL) e parlamentares ligados ao bolsonarismo. Em discurso, o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) defendeu anistia a todos os envolvidos no 8 de janeiro.
Enquanto isso, em Brasília, mais de 45 mil pessoas acompanharam o desfile cívico-militar do 7 de setembro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a soberania nacional em seu pronunciamento e criticou “traidores da pátria”. Os atos oficiais tiveram como temas a COP30, o novo PAC e a defesa do meio ambiente.
A data foi marcada ainda pela tensão diplomática com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump impor tarifas sobre produtos brasileiros em apoio político a Bolsonaro. O julgamento do ex-presidente no STF por tentativa de golpe deve ser concluído nesta semana.