Toda pessoa que viaja frequentemente está cansada de ver e de saber que os aviões normalmente são empurrados por um “tratorzinho” quando vão sair do portão de embarque: é o famoso pushback. Mas você sabia que nem sempre foi assim?
Houve uma época em que era permitido que os aviões acionassem os reversores de empuxo dos motores para dar essa ré. Os reversores são sistemas que auxiliam na frenagem durante pousos e decolagens abortadas. Eles redirecionam o fluxo de ar para frente, o que faz com que a aeronave seja “empurrada” para trás.
Hoje em dia, não se permite mais usar os reversores para dar ré nos aviões. Tanto o barulho quanto o consumo de combustível são altos demais, e os pilotos não têm visibilidade da parte traseira — o que aumenta o risco de colisões e até de ferir alguém no solo. Além disso, como os motores agora ficam normalmente montados debaixo das asas, o risco de ingestão de sujeira, detritos ou objetos é maior. Sem falar no estresse desnecessário que isso causa nos motores, já que o reverso só é realmente eficaz acima de 60 nós (111,12 km/h).
Nem precisa explicar muito por que o padrão atual é o pushback com os tratores, né? É muito mais preciso, seguro e eficiente ter alguém com uma visão melhor da pista.
Confira abaixo um vídeo raro de 1998, retirado do Instagram @justplanes_official. O avião é um Boeing 727-200 da Northwest dando ré em Mineápolis. O modelo foi operado no Brasil por Varig, Vasp, Transbrasil e, inclusive, existe um dessa família de aeronaves abandonado (sucata) no Aeroporto de Goiânia, da antiga ATA Brasil.
Para se ter uma ideia, segundo informações da Infraero, o Boeing da ATA está em Goiânia desde 22 de outubro de 2005 — ou seja, há 19 anos!