Interceptado pela Polícia Militar de Goiás no começo desta sexta-feira (21), Rafael Leandro, de 32 anos, foi preso sob suspeita de assassinar o advogado Pedro Henrique Lopes da Silva, de 38 anos. A detenção ocorreu na rodovia BR-153, na altura do município de Mara Rosa, região Norte do estado, enquanto o suspeito trafegava em uma motocicleta.
O registro da abordagem policial, anexado ao inquérito, mostra o momento em que Rafael confirma sua identidade. Ao ser confrontado sobre o desaparecimento do advogado, ele admite a autoria do crime ali mesmo, na beira da rodovia: “Foi eu que matei, sim”, declara na gravação.
Versões conflitantes
Em depoimento informal aos policiais, Rafael sustentou que a motivação seria um desentendimento pessoal. Ele alegou ter conhecido Pedro Henrique através de uma mulher com quem se relacionava, afirmando que existia uma convivência entre eles.
Segundo a versão do detido, no dia do homicídio, a vítima teria chegado ao local com comportamento alterado, supostamente sob efeito de substâncias ilícitas, e “manipulando as chaves” da residência de forma inquieta. Rafael citou ainda a presença de um terceiro homem na cena, identificado apenas como “Vitor”.
O suspeito relata que a discussão evoluiu para luta corporal, momento em que teria desferido o golpe de faca fatal. Após constatar o óbito, ele afirmou ter retirado o corpo do imóvel e o abandonado em Goianira, na Região Metropolitana. Questionado pelos agentes se tentava fugir para outro estado no momento da prisão, ele negou.
Investigação aponta extorsão

A narrativa de “briga pessoal” apresentada por Rafael diverge bastante dos relatos familiares. A mãe da vítima, Marizeth Lopes, informou que o filho — advogado atuante há uma década — vinha sofrendo extorsão por parte de um cliente há cerca de 15 dias.
O clima de ameaça era conhecido: familiares relataram que, no sábado à tarde, Pedro Henrique deixou um aviso a uma amiga para que buscasse informações caso ele parasse de se comunicar. Áudios com teor ameaçador foram encontrados no computador pessoal da vítima. A mãe reforçou que o advogado mantinha uma rotina previsível e jamais havia relatado problemas graves com clientes anteriormente.
O veículo de Pedro Henrique já havia sido recuperado na terça-feira (18), em uma casa no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. O morador, conhecido do suspeito, acionou a polícia após a repercussão do caso, alegando desconhecer a origem criminosa do carro.
Rafael Leandro foi conduzido à delegacia e permanece à disposição do Poder Judiciário. A Polícia Civil concentra agora as diligências na localização do indivíduo citado como “Vitor” e no esclarecimento da real motivação do crime.







