A Motiva, empresa sucessora dos ativos aeroportuários da antiga CCR, comunicou ao mercado a venda integral de sua divisão de aeroportos. A compradora é a Aeropuerto de Cancún, subsidiária do grupo mexicano ASUR (Grupo Aeroportuario del Sureste).
A transação movimenta cifras expressivas, totalizando R$ 11,5 bilhões. O acordo abrange a transferência de gestão de ativos estratégicos no Brasil, incluindo o Aeroporto Internacional de Goiânia (Santa Genoveva), além dos terminais de Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e outros 14 aeroportos nacionais, somados a três operações internacionais.
Detalhes da operação
O valor global do negócio foi segmentado em duas frentes financeiras distintas, conforme comunicado pela companhia vendedora:
- R$ 5 bilhões serão pagos a título de patrimônio líquido (equity), referentes à aquisição das participações acionárias diretas.
- R$ 6,5 bilhões correspondem à assunção de dívidas líquidas atreladas à CPC Holding.
A CPC Holding é a entidade que concentra as cotas de participação nos 20 aeroportos sob concessão. A magnitude da venda a coloca como a maior transação do setor aeroportuário em andamento no mundo atualmente. Segundo informações da Motiva, o ativo despertou o interesse de mais de 20 conglomerados da Europa, Ásia e América Latina antes de ser arrematado pelo grupo mexicano.
Impacto na infraestrutura e prazos
Atualmente, os terminais envolvidos na negociação movimentam cerca de 45 milhões de passageiros ao ano, operando mais de 200 rotas regulares. Para o usuário final e para a infraestrutura logística de regiões como Goiás, a mudança de controle acionário promete alinhar a gestão aos padrões internacionais da ASUR.
No entanto, a troca de comando não será imediata. A previsão é que a conclusão do processo (o closing) ocorra apenas em 2026. A efetivação depende do crivo dos órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a agência reguladora do setor aéreo (ANAC).
Em nota, a Motiva assegurou a continuidade das operações durante o período de transição. “Até o fechamento, a Motiva seguirá tocando a operação, mantendo o quadro atual de colaboradores e assegurando o cumprimento integral dos contratos vigentes e investimentos previstos”, informou a empresa, buscando mitigar preocupações sobre descontinuidade de serviços ou demissões a curto prazo.
*Com informações da Agência Brasil










