Uma startup criada em Anápolis (GO) está desenvolvendo uma tecnologia que pode mudar a forma como cirurgias de câncer de mama são realizadas no Brasil. O equipamento portátil, batizado de OBNext, combina inteligência artificial e fluorescência por imagem para analisar margens cirúrgicas em tempo real, oferecendo mais precisão ao procedimento e reduzindo a dependência de análises externas.
O dispositivo foi desenvolvido pela healthtech GONexter, fundada pelo médico nuclear Antônio César Pereira, pelo físico matemático Kleber Mundim e pelo executivo de TI Sérgio Hirase. Segundo os pesquisadores, a solução gera um “gêmeo digital” da peça retirada durante a cirurgia, identificando com cores distintas as áreas saudáveis e as comprometidas pelo tumor.

Atualmente, mais de 90% dos hospitais brasileiros dependem de laboratórios externos para avaliar as margens cirúrgicas, o que pode atrasar o processo, elevar custos e dificultar o acesso a tratamentos de maior precisão, especialmente em cidades de pequeno e médio porte. O novo dispositivo busca resolver esse gargalo, democratizando a tecnologia oncológica.
O OBNext encontra-se em fase de validações clínicas e aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que, em breve, esteja disponível para hospitais públicos e privados, incluindo o Sistema Único de Saúde (SUS).
A GONexter já firmou parcerias com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), com apoio da Embrapii/Sebrae, além da goiana Ziontech, responsável por auxiliar na produção e comercialização. Também há colaboração com a Universidade Estadual de Goiás (UEG) para o desenvolvimento de novos fármacos marcadores tumorais baseados em inteligência artificial.