O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou com tristeza e consternação a queda de um avião de pequeno porte em Aquidauana (MS), a 150 quilômetros de Campo Grande, na noite de terça-feira (23). A tragédia matou quatro pessoas: o piloto Marcelo Pereira de Barros, 59 anos; o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, 62; o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, 42; e o diretor de fotografia Rubens Crispim Jr., 51.
Em nota de pesar, Lula exaltou a contribuição de Yu. “Em tempos de mudança climática, Kongjian Yu se tornou uma referência mundial com as cidades-esponja, que unem qualidade de vida e proteção ambiental: algo que queremos – e precisamos – para o futuro”, escreveu. O presidente também manifestou solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.
Investigações em andamento
Equipes do 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos recolheram material no local para apurar as causas do acidente com o Cessna Aircraft 175, prefixo PT-BAN. A Força Aérea Brasileira informou que não há prazo para conclusão, já que a complexidade do caso define o tempo da apuração. O Cenipa divulgará relatório final com recomendações para evitar novos acidentes.
Legado e trabalhos interrompidos
Kongjian Yu, professor da Universidade de Pequim e criador do conceito de cidades-esponja, visitava o Brasil a convite da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada em 18 e 19 de setembro. No evento, proferiu a conferência de abertura sobre soluções urbanísticas para enfrentar mudanças climáticas. Duas semanas antes, participou da conferência do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU 2025), em Brasília.
Ferraz e Crispim viajavam ao Pantanal para filmar um documentário sobre o trabalho de Yu, intitulado Planeta Esponja. O produtor-executivo da Olé Produções, Thomas Miguez, explicou que a visita ao Pantanal atendeu a um pedido pessoal de Yu, que desejava conhecer a região.
Repercussão cultural
A Olé Produções confirmou as mortes em nota oficial. O Ministério da Cultura também lamentou a perda de Ferraz, indicado ao Emmy Internacional em 2023 pelo documentário Dossiê Chapecó: O Jogo por Trás da Tragédia. A pasta destacou sua dedicação à busca de novas linguagens audiovisuais e classificou sua obra como “contribuição inestimável ao cinema brasileiro”.