A brasileira Marina Lacerda, hoje com 37 anos, afirmou nesta quarta-feira (3) ter sido vítima de abusos cometidos pelo empresário Jeffrey Epstein quando tinha apenas 14 anos.
O relato foi feito durante uma coletiva de imprensa no Congresso dos Estados Unidos, em Washington, onde ela pediu a divulgação de todos os documentos relacionados à investigação do caso.
Marina contou que conheceu Epstein em 2002, pouco após se mudar para Nova York com a mãe e a irmã. Vivendo em condições precárias no bairro do Queens, a jovem trabalhava em três empregos para ajudar no sustento da família. Foi nesse contexto que aceitou uma proposta de “trabalho” apresentada como massagem, mas que resultou no início de uma série de abusos.
Segundo seu depoimento, os encontros forçados com Epstein se repetiram por cerca de três anos, até que ele perdeu o interesse quando ela completou 17 anos. Marina relatou que chegou a ser procurada pelo FBI em 2008, mas não foi ouvida na Justiça devido a um acordo firmado pelo empresário. Apenas em 2019, com a reabertura das investigações, pôde depor oficialmente.
Na coletiva, organizada por parlamentares de partidos opostos, Marina destacou a importância de tornar públicos todos os documentos relacionados ao caso, incluindo arquivos em posse do FBI e de procuradores federais. “Como imigrante do Brasil, eu me sinto fortalecida em saber que a garotinha que lutava para sobreviver finalmente tem voz”, disse.
Epstein foi acusado de aliciar dezenas de meninas entre 2002 e 2005. Preso em 2019 por tráfico sexual, morreu na cadeia dias depois, segundo autoridades, por suicídio. Sua rede de contatos incluía empresários, políticos e artistas, o que até hoje alimenta pressões pela divulgação integral das investigações.