Nada colabora mais com a estratégia de conhecimento nacional tocada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) do que os 88% de aprovação ao seu governo em Goiás apontados pela pesquisa Quaest nesta sexta, 22.
Como pré-candidato a presidente, Caiado precisa chegar a todo o País e povoar a mente dos brasileiros como alternativa real e viável para 2026. Essa é uma das razões para ter-se lançado na disputa no início do ano. Por isso ele corre.
A pesquisa faz com que ele seja notícia por conta do alto índice registrado, por ser líder entre governadores pré-candidatos a presidente como ele no quesito avaliação positiva em seu Estado, e por demonstrar ter como aval para liderar o País o trabalho que faz em seu Estado. Bom pra Goiás, bom pro Brasil – dá até mote este último item.
O tempo todo Caiado deixa claro que tem discurso de oposição, história na direita, histórico de combate contra o PT e um governo bem avaliado como mote. Segurança e Educação, em especial, por exemplo, estão na ponta dessa boa avaliação local que bate na veia da expectativa nacional. Discurso e realidade palpável, enfim.
Seus problemas estão mais no campo da articulação. O partido – e agora a federação União Brasil/PP – não fecha com sua candidatura. E Lula de repente ensaia uma recuperação justamente porque a parte da direita afinada com seu projeto e sua visão ideológica – a bolsonarista, mais radical – resolve dar uma ajudinha providencial ao petista, junto com o taxativo presidente dos EUA, Donald Trump.
Pela ordem, Caiado ainda tem como maiores adversários, primeiro, o tempo e o desconhecimento nacional ao seu nome; depois, o seu partido e o bolsonarismo jogando contra; por fim e fechando o círculo, a desarticulação entre o seu projeto e os interesses de outras legendas, mais a vontade popular – em razão, provavelmente, e aqui voltamos ao ponto inicial, de seu desconhecimento.
A batalha não está perdida, muito menos ganha. Lembrando que ele mesmo disse, ao se lançar na disputa, que não seria fácil, o difícil vai se tornando mais difícil à medida que o final vai se fechando. Nada que não possa ser vencido, porém tudo que pode derrotar qualquer sonho como uma pedra fatal no meio do caminho.
Os 88% de aprovação são comemorados, assim, como mais um passo. Mais uma conquista. Mais um ponto na atenção dos brasileiros e brasileiras. O próximo passo é que isso se transforme em índice de intenção de voto.