O presidente da Argentina, Javier Milei, publicou nas redes sociais, nesta segunda-feira (15), imagens que geraram repercussão ao representar o Brasil e outros países da América do Sul de forma pejorativa. As ilustrações mostram o continente dividido entre regiões consideradas “atrasadas” e “desenvolvidas”, associando essa diferenciação às orientações políticas dos governos nacionais.
Nas imagens compartilhadas por Milei, países governados por lideranças identificadas com a esquerda — entre eles Brasil, Uruguai, Venezuela, Colômbia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa — aparecem retratados como uma grande favela. Em contraste, Argentina, Chile, Paraguai, Equador, Bolívia e Peru são representados em um cenário futurista, com infraestrutura moderna e aparência tecnológica.
Em uma segunda publicação, a divisão do continente é reforçada por cores. A área caracterizada como favela aparece em vermelho, associada na legenda à esquerda política, descrita como responsável por “retrocesso”. Já os países considerados desenvolvidos surgem em azul, cor vinculada à direita e à ideia de que “a liberdade avança”.
As postagens ocorreram um dia após a vitória do conservador José Antonio Kast nas eleições presidenciais do Chile, realizadas no domingo (14). Kast derrotou a candidata comunista Jeannette Jara e deve assumir a Presidência chilena apenas em março de 2026.
O conteúdo divulgado por Milei reacendeu debates sobre polarização política no continente e o uso de redes sociais por chefes de Estado para emitir posicionamentos ideológicos. Apesar do tom provocativo das imagens, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu oficialmente o resultado da eleição chilena e cumprimentou Kast pela vitória.
Com o novo cenário no Chile, a América do Sul passa a ter uma divisão equilibrada entre governos alinhados à esquerda e à direita: seis países para cada campo político, evidenciando a fragmentação ideológica que marca a região nos últimos anos.






