A ocupação da Câmara dos Deputados pela oposição foi encerrada ontem (06/08), e, nesse meio tempo, muitos acontecimentos chamaram a atenção: seja pelas correntes ou pelos esparadrapos, o bloqueio ganhou mais notoriedade com mais outro episódio, dessa vez com a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que foi denunciada ao Conselho Tutelar por ter levado sua filha de apenas quatro meses para o plenário durante a manifestação.
A presença da criança no ato político, considerado irregular por membros do governo, gerou forte repercussão e críticas sobre o uso da imagem da menor em um ambiente de tensão institucional.
A denúncia foi formalizada pelo deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Segundo ele, o ato configura exposição indevida de uma criança a um contexto instável e conflituoso, o que pode ferir diretrizes estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). No documento enviado ao Conselho Tutelar de Brasília, Reimont afirma que a parlamentar “colocou a filha em risco ao levá-la para um ambiente de confronto político deliberado”.
No X (ex-Twitter), Zanatta rebateu as críticas e sugeriu que a denúncia tem motivações políticas. “Eles querem é inviabilizar o exercício profissional de uma mulher, usando sim uma criança como escudo”, escreveu, ao lado de uma foto em que aparece com a bebê sentada na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Relembre
A ocupação foi promovida por deputados bolsonaristas em um protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A mobilização durou mais de 24 horas e aconteceu nas dependências da Câmara e do Senado. O movimento pedia a anistia ao ex-presidente.