Um candidato só de direita no primeiro turno para presidente da República é mais fácil ser destruído pelo PT, de posse de pderosa máquina pública. Por isso, mais inteligente e estratégico é que essa mesma direita tenha mais candidatos, defendeu o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que é pré-candidato contra Lula no ano que vem.
“Eles concentram o ataque em um só. Mas, quando somos três candidatos, por exemplo, não dá para atingir todos ao mesmo tempo. E, no final, um de nós vai chegar ao segundo turno — e todos os outros estarão juntos”, disse Caiado durante sua participação na Expert XP 2025 neste sábado, 26, em São Paulo.
Caiado foi provocado por uma pergunta do diretor institucional da XP, Rafael Furlanetti. E completou: “Acreditem em nós. Nós sabemos fazer política. E, mais do que isso, sabemos governar. Governamos nossos estados com diálogo e responsabilidade”.
Com aprovação na casa de 80% ao seu governo, ele falou no plural em virtude de outros governadores presentes: Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. “Cada um tem sua área de influência”, ponderou.
Caiado, no entanto, reconheceu a importância da liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro. A direita, segundo ele, compartilha do sentimento de que a gestão Lula não conseguiu, ao longo dos últimos três anos, enfrentar os problemas da segurança pública, saúde e educação. Preferiu, em vez disso, concentrar sua gestão na “fofoca e na politicagem”.
O governador afirmou que, caso seja eleito, “vai fazer valer” o presidencialismo. Lembrou que, ao longo de seus 24 anos de mandatos no Congresso Nacional, os parlamentares sempre priorizaram a discussão sobre temas relevantes para a sociedade, e que agora a atuação dos antigos colegas está contaminada pela distribuição de verbas para emendas impositivas.
“A preocupação hoje é saber quanto cada um tem de emenda impositiva: se é individual, de comissão ou de bancada. Ou seja, houve uma deformação. Não temos mais um verdadeiro presidencialismo. Essa é a verdade”, observou.
Para Caiado, esse processo tem um efeito dominó, que chega aos estados e municípios. “Imagine um prefeito que mal consegue manter a folha de pagamento e ainda tem que lidar com emendas impositivas. Então, essa questão precisa ser discutida”, disse.Consenso entre os governadores é que o governo federal age de forma ineficiente nas negociações diplomáticas conduzidas pelo Brasil com os Estados Unidos relativas ao tarifaço.