Durante a cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra países que integram ou apoiam o bloco. Em uma publicação feita no domingo (6) em seu perfil na Truth Social, o republicano afirmou que qualquer nação que se alinhe ao Brics enfrentará uma tarifa adicional de 10% sobre exportações para os EUA. “Não haverá exceções a essa política”, escreveu Trump.
A declaração acontece em um momento de reforço do posicionamento geopolítico do Brics, que atualmente reúne 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Egito e Etiópia. Outros dez países são considerados parceiros do grupo, entre eles Cuba, Bolívia, Vietnã e Cazaquistão.
Em sua declaração conjunta divulgada no encerramento da cúpula, os líderes do Brics criticaram abertamente práticas comerciais protecionistas e reforçaram seu apoio a um comércio global mais aberto e justo. “Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, com a OMC em seu núcleo”, diz o documento.
Desde que reassumiu a presidência em janeiro de 2025, Trump tem adotado uma postura agressiva na política externa e econômica, voltando a defender medidas unilaterais como forma de proteção da indústria e dos empregos norte-americanos. A nova ameaça de tarifação amplia a tensão com blocos comerciais alternativos aos tradicionais polos ocidentais.
A resposta do Brics evidencia o esforço dos países emergentes em buscar maior autonomia frente às grandes potências. A cúpula no Rio de Janeiro consolidou ainda mais a agenda do bloco em defesa de um sistema internacional multipolar — e com menos dependência dos Estados Unidos.
*Com Vitor Abdala – Agência Brasil