O acidente com o Boeing 787-8 da Air India chocou o mundo na quinta-feira (12). No começo, todos pensaram: era muito improvável que um avião cheio de combustível, que explodiu assim que se chocou com o alojamento de residentes e estudantes de medicina, tivesse algum sobrevivente.
Contrariando essas expectativas negativas — mas bastante plausíveis —, o britânico-indiano Viswashkumar Ramesh foi o único sobrevivente da tragédia. Ele estava no assento 11A, em frente à saída de emergência.
Síndrome do sobrevivente
O que poucas pessoas sabem é que o fato de Viswashkumar ter saído vivo pode levá-lo a um sofrimento psicológico em particular.
A Síndrome do Sobrevivente se desenvolve em pessoas que sobreviveram a eventos traumáticos, como guerras, acidentes, desastres naturais — como tsunamis e terremotos — e até mesmo demissões em massa.
O sentimento mais comum de quem convive com a condição é a culpa por ter sobrevivido. O indiano, por exemplo, sobreviveu, mas o irmão dele também estava no voo e não teve a mesma sorte.
A experiência também pode envolver Transtorno de Estresse Pós-Traumático, tristeza profunda (depressão, nos casos mais graves), ansiedade, insônia, sensação de inutilidade, entre outros sintomas.
COVID
O termo ficou bem popular a partir de estudos com veteranos de guerra, mas ele voltou com força durante a pandemia de Covid-19.
Isso porque muitos profissionais da área da saúde relataram esses sentimentos por continuarem vivos após perderem colegas de trabalho e pacientes.
Solução
Não tem outro lugar para onde correr: cuidar da mente é coisa para profissionais da área da saúde mental, isto é, psicólogos e psicólogas. É preciso ressignificar a própria experiência de sobrevivência para entender que estar vivo não é motivo de vergonha.