O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (4), em Belo Horizonte, que há “risco” de o Congresso aprovar o projeto de anistia articulado pela oposição para beneficiar condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro. Lula destacou que a mobilização contra a proposta não depende apenas do governo, mas também da sociedade.
Durante encontro com comunicadores e influenciadores na comunidade Aglomerado da Serra, o presidente alertou que a extrema direita ainda mantém força no Legislativo.
“O Congresso não é eleito pela periferia. O governo conquistou vitórias importantes, mas a extrema direita segue muito forte. Essa batalha precisa ser feita também pelo povo”, disse.
O projeto defendido pelo PL prevê perdão para executores, organizadores e financiadores dos ataques às sedes dos Três Poderes. Caso avance, a medida pode alcançar o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
O STF já considerou inconstitucional a anistia por crimes contra a ordem democrática, ao anular o indulto concedido por Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira, condenado por ataques à Corte.
Lula pediu aos apoiadores que reforcem a comunicação sobre políticas públicas e alertem contra a desinformação.
“Nós precisamos politizar as comunidades. As pessoas precisam distinguir o certo do errado e não deixar a mentira se sobrepor à verdade”, afirmou.
O presidente criticou ainda brasileiros que pedem intervenção norte-americana.
“Os falsos patriotas que se embrulharam na bandeira nacional agora estão pedindo ajuda ao Trump nos Estados Unidos”, disse.
A primeira-dama, Janja da Silva, também pediu engajamento dos ativistas na divulgação das ações do governo. Segundo ela, a comunicação precisa ir além da produção oficial da Secretaria de Comunicação (Secom).
“Se ficarmos só nos videozinhos de Instagram, não vamos atingir. É preciso voltar à comunicação boca a boca, como fazíamos há 20 anos”, afirmou.