Houve um tempo em que Pedro Pascal não tinha uma “Pascallândia” para chamar de sua e era só “aquele cara de Game of Thrones”. O príncipe de Dorne que mal deu tempo de ser amado antes de ter a cabeça esmagada. Mas o jogo virou. E virou bonito.
Em pleno 2025, o chileno mais charmoso do entretenimento mundial vive o auge da carreira — e Hollywood tem em sua órbita o fenômeno da “Pascallândia”.
O que é a “Pascallândia”?
O termo e outros como “Pascalverse”, cunhado por fãs nas redes sociais, não é exagero: Pedro é adorado e está simultaneamente em três grandes produções nas telonas. Ele é o destaque da nova versão de Quarteto Fantástico, no papel do Sr. Fantástico, numa tentativa da Marvel de recuperar o brilho dos tempos áureos.
Também brilha em Amores Materialistas, comédia romântica dirigida por Celine Song que mistura luxo, neuroses e sentimentos reais. O filme acompanha Lucy (interpretada por Dakota Johnson), uma casamenteira de Nova York que se vê dividida entre dois amores: seu ex-namorado John (Chris Evans), um garçom aspirante a ator, e o charmoso e rico Harry (Pedro Pascal), irmão do noivo de um casal que ela juntou com sucesso
E, se não bastasse, ele ainda aparece como protagonista do drama histórico Eddington (já disponível nos EUA). Ambientado em maio de 2020, auge da pandemia de Covid-19, o filme mostra uma cidade fictícia do Novo México sendo consumida por uma crise política local. Pascal interpreta o prefeito em rota de colisão com o xerife vivido por Joaquin Phoenix. Uma simples desavença se transforma em caos, vizinhos se voltam uns contra os outros, e a cidade mergulha num espiral de tensão e paranoia.
Esse domínio de bilheteria e atenção é só a cereja do bolo de um ator que vem sendo adorado tanto pela crítica quanto pelo público. Nos últimos anos, ele já era figura certa em memes, tapetes vermelhos e timelines de gente apaixonada — seja por sua atuação, seja pelo carisma debochado ou pelo jeito de “tiozão gato da internet”.
Passado e virada
Mas nem sempre foi assim. Ele chegou a trabalhar como garçom e até como gogoboy para se sustentar nos anos 90 e, por muito tempo, Pascal ficou à sombra de papéis secundários e rejeições.
Até que Narcos e The Mandalorian mudaram tudo. O agente Peña e o mandaloriano Din Djarin abriram caminho para o galã improvável brilhar em dramas, comédias e ação. Isso sem falar do Joel de The Last of Us, mas aí a carreira já estava bem consolidada.
Vibrou por Ainda Estou Aqui
E o divo latino-americano também comemorou a vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar 2024. Pedro celebrou o prêmio de Melhor Filme Internacional com um story no Instagram: ele escreveu “I’m steel here…” — um trocadilho com o título em inglês I’m Still Here.
A palavra “steel” (aço) simboliza força e resistência, temas centrais do filme que retrata a luta de Eunice Paiva durante a ditadura militar brasileira.

A comemoração também se deu porque o filme tocou profundamente sua história pessoal e cultural.
O ator nasceu no Chile em 1975, durante a ditadura de Pinochet. Sua família foi forçada ao exílio por motivos políticos, o que cria um paralelo com a narrativa do filme brasileiro. A história de Ainda Estou Aqui — sobre repressão, desaparecimento político e busca por justiça — ressoa com a sua própria vivência e de muitas famílias latino-americanas.
Aos 50 anos, Pedro Pascal virou um símbolo pop. Da TV ao cinema, do drama à comédia, ele transita com leveza e entrega performances que conquistam público, crítica e quem gosta de memes.
Não é só o melhor momento da carreira — é o momento em que a carreira virou um fenômeno cultural. E se Hollywood hoje parece uma extensão da “Pascallândia”, não é por acaso. É mérito de quem insistiu em continuar mesmo quando diziam não.