Solidão vira problema global de saúde e afeta 1 a cada 6 pessoas, aponta OMS

Relatório da OMS: solidão é crise de saúde pública. Países pobres têm taxas 2x maiores que ricos. Conheça o plano para combater o isolamento.

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Divulgação – Wikimedia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que uma em cada seis pessoas no mundo vive com solidão, condição que provoca impactos diretos na saúde física e mental. Segundo o novo relatório da Comissão sobre Conexão Social da OMS, a solidão contribui para cerca de 100 mortes por hora — mais de 871 mil óbitos por ano.

O estudo define conexão social como os vínculos e interações entre as pessoas. A solidão, por sua vez, surge quando esses laços não atendem às expectativas individuais. Já o isolamento social representa a ausência concreta de relações suficientes — diferente do isolamento sanitário adotado durante a pandemia de covid-19.

Mesmo em um mundo hiperconectado, milhões vivem isolados”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Ele também alertou que o problema compromete indivíduos, famílias e comunidades e gera prejuízos bilionários em áreas como saúde, educação e trabalho.

Jovens e pobres sofrem mais

Os dados indicam que a solidão afeta principalmente jovens e pessoas de países de baixa e média renda. Entre adolescentes e jovens de 13 a 29 anos, de 17% a 21% relataram sentir-se solitários, com taxas mais altas entre os mais jovens. Nos países pobres, 24% da população convive com a solidão, mais que o dobro dos 11% registrados em nações ricas.

A OMS identificou que uma em cada três pessoas idosas e um em cada quatro adolescentes enfrentam isolamento social. Grupos vulneráveis, como pessoas com deficiência, refugiados, indígenas, LGBTQIA+ e minorias étnicas, também enfrentam barreiras adicionais para se conectar com outros.

Causas e riscos

O relatório aponta múltiplos fatores como causas da solidão: saúde precária, baixa renda, escolaridade limitada, morar sozinho, políticas públicas ineficientes, ausência de espaços comunitários e o mau uso da tecnologia. A OMS pede atenção especial ao tempo excessivo de tela e às interações digitais negativas, que afetam sobretudo os jovens.

A organização ressaltou que manter boas conexões sociais protege a saúde, reduz inflamações, evita doenças graves e pode prevenir a morte precoce. Já a solidão e o isolamento aumentam os riscos de AVC, doenças cardíacas, diabetes, declínio cognitivo, depressão e até suicídio.

Adolescentes solitários tendem a ter desempenho escolar mais fraco. Adultos nessa condição ganham menos, enfrentam mais dificuldades no mercado de trabalho e contribuem menos para o desenvolvimento comunitário.

Plano global

A OMS apresentou um plano global para enfrentar o problema, com ações em cinco frentes: políticas públicas, pesquisas, intervenções práticas, medição e engajamento social. A proposta inclui desde o desenvolvimento de um índice mundial de conexão social até melhorias em infraestrutura, como bibliotecas, parques e cafés.

A organização também incentivou ações simples no dia a dia, como telefonar para um amigo, participar de grupos locais ou conversar com vizinhos. “Todo mundo sabe como é se sentir sozinho. Cada gesto conta”, afirmou a OMS.

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