Ontem completaram-se 15 anos de um dos momentos mais dramáticos da história da seleção uruguaia. No dia 2 de julho de 2010, o Uruguai venceu Gana nas quartas de final da Copa do Mundo, em um jogo marcado por uma defesa histórica de Luis Suárez — com as mãos, em cima da linha, no último lance da prorrogação. A data foi relembrada pela Associação Uruguaia de Futebol em uma publicação no X (antigo Twitter), celebrando a classificação heroica nos pênaltis após o empate por 1 a 1.
A partida aconteceu no Soccer City, em Joanesburgo. Gana saiu na frente com um golaço de Muntari aos 45 minutos do primeiro tempo. O Uruguai empatou no início da segunda etapa, aos 10 minutos, com um belo gol de falta de Diego Forlán. Mais tarde, Forlán seria eleito o melhor jogador daquela Copa. O empate levou o confronto para a prorrogação, mas, apesar da intensidade dos dois lados, o placar permaneceu inalterado até o último segundo.
Foi nesse momento que surgiu o lance mais emblemático do jogo. Após escanteio, Stephen Appiah finalizou, e Suárez salvou sobre a linha com as pernas. No rebote, Dominic Adiyiah cabeceou firme e, de forma instintiva, Suárez bloqueou com as mãos. Expulso imediatamente, o atacante saiu de campo chorando, enquanto Asamoah Gyan se preparava para cobrar o pênalti.
Era a chance de Gana se tornar a primeira seleção africana a chegar a uma semifinal de Copa do Mundo, mas foi desperdiçada: Gyan chutou no travessão, para o desespero dos ganeses. No túnel, Suárez, que chorava, explodiu em comemoração.
Na disputa por pênaltis, o Uruguai venceu por 4 a 2. A última cobrança ficou por conta de Loco Abreu, que, com sua irreverência característica, marcou de cavadinha e colocou os uruguaios na semifinal.
Acusado de conduta antidesportiva, Suárez nunca pediu desculpas. “Não vou pedir desculpas. Coloquei a mão na bola, mas quem perdeu o pênalti foi o jogador de Gana, não eu”
Em coletiva, durante a Copa do Mundo de 2022, no Catar, Suárez voltou a afirmar. “Talvez eu pudesse pedir desculpas se tivesse lesionado um jogador, mas nessa situação, fui expulso, cumpri a punição. A penalidade não é minha culpa.”