A Receita Federal vai lançar, em julho de 2026, o CNPJ alfanumérico. O novo modelo permitirá incluir letras de A a Z na identificação de empresas, profissionais liberais, produtores rurais e organizações. A mudança mantém os 14 dígitos, mas multiplica as combinações possíveis, garantindo a continuidade do sistema, hoje perto do limite.
O Brasil já emitiu mais de 63 milhões de CNPJs. Desses, 24,9 milhões estão ativos e 29,2 milhões desativados. Como cada registro é único e não pode ser reutilizado, o formato atual se aproxima do esgotamento.

O novo CNPJ será adotado apenas em novas inscrições, como abertura de empresas e filiais. Os números já existentes continuam válidos e não precisarão ser alterados. A Receita promete que a transição será gradual e transparente.
Apesar disso, empresas terão de atualizar softwares de emissão de notas fiscais, bancos de dados e rotinas internas para reconhecer o novo formato. A falta de adaptação pode gerar falhas fiscais e atrasos no cumprimento de obrigações. A Receita anunciou que fornecerá ferramentas e rotinas de cálculo para auxiliar na transição.
O cálculo do Dígito Verificador seguirá o método Módulo 11, agora adaptado para converter letras em valores numéricos pela tabela ASCII.
A mudança integra o processo de modernização do sistema tributário e se conecta à implementação da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), previstos na reforma tributária. Segundo técnicos, o novo modelo facilitará a automação de processos e a recuperação de créditos fiscais.