A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Limpa Gyn identificou novas falhas na fiscalização dos serviços de limpeza urbana em Goiânia. A constatação surgiu após o depoimento da superintendente de Obras e Serviços da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), Flávia Ribeiro Dias, prestado na última sexta-feira (31).
Flávia afirmou ser a única servidora responsável pela supervisão do contrato de aproximadamente R$ 500 milhões firmado entre a Prefeitura de Goiânia e o Consórcio Limpa Gyn, composto pelas empresas Quebec Construções e Tecnologia Ambiental, RT Terraplanagem e MB Limpeza Urbana. Segundo ela, a falta de estrutura e de equipe técnica compromete o acompanhamento da execução dos serviços e a conferência dos relatórios de coleta e pesagem de resíduos.
Durante a oitiva, a superintendente revelou que apenas uma das 12 cooperativas de reciclagem cadastradas pela Prefeitura possui balança compatível para medir o volume de resíduos. A Seinfra, segundo Flávia, estuda a compra de quatro ou cinco equipamentos, com custo estimado entre R$ 150 mil e R$ 250 mil cada.
Questionada sobre sua relação com a empresa Quebec Ambiental — com quem teve contato durante gestão anterior na Prefeitura de Anápolis —, a servidora confirmou que houve tratativas com a empresa no período em que chefiava a Secretaria de Obras daquele município.
Para a vereadora Aava Santiago (PSDB), o depoimento evidencia falhas estruturais e falta de prioridade na gestão. “Enquanto a Prefeitura aumenta o número de cargos comissionados, não oferece suporte técnico para fiscalizar contratos milionários”, criticou.
A CEI da Limpa Gyn, instalada em agosto, segue apurando possíveis irregularidades na execução do contrato e deve encaminhar recomendações ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas dos Municípios.
*Com informações da Agência Câmara de Goiânia
