Desde a adolescência, todos os estudantes devem, ou deveriam, aprender que — para o filósofo grego Aristóteles — o ser humano é um animal político. Vivemos em sociedade; ser político é necessário para que ninguém destrua ninguém. Mas, às vezes, o que deveria ser um espaço de convivência se transforma em um jogo de interesses, onde algumas pessoas fingem amizade, carregando o hábito hobbesiano de ver o outro como um lobo.
Identificar esses comportamentos não é apenas uma questão de desconfiança, é uma forma de cuidar da própria saúde emocional e das relações que realmente importam. Pensando nisso, listamos 7 sinais, alguns mais claros que outros, que podem indicar que alguém não é tão seu amigo assim.
O primeiro indício de amizade falsa é a incongruência entre palavras e ações. Alguém pode declarar apoio, mas não aparecer quando você realmente precisa. Aronson, Wilson e Akert, no livro Social Psychology, discutem a dissonância cognitiva, mas podemos associar, trazendo o conceito de comportamento incongruente: situações em que o que se diz não se reflete na prática, revelando distância entre discurso e realidade.
Outro ponto é o excesso de interesse instrumental. Segundo Aristóteles, relações verdadeiras não se baseiam apenas em ganhos pessoais. Quando alguém procura você apenas por favores, contatos ou vantagens, é um sinal de que a amizade pode ser mais estratégica do que genuína.
A reciprocidade emocional também é essencial. Pesquisas sobre apoio social (Cohen & Wills, 1985) mostram que redes de apoio fortalecem o bem-estar. Mas se uma pessoa compartilha pouco e exige muito, esse desequilíbrio pode indicar falta de sinceridade na relação.
A consistência na confiança é outro indicador. Estudos de confiança interpessoal (Rotter, 1967; Lewicki & Bunker, 1996) afirmam que construir e manter confiança é fundamental. Pequenos deslizes não definem uma amizade, mas se existem um certo padrão de deslealdade, isso pode sinalizar fragilidade na relação.
O comportamento competitivo ou comparativo também merece atenção. Algumas amizades nas quais você consegue perceber uma rivalidade velada ou tentativas de diminuir suas conquistas, acabam corroendo aos poucos o vínculo emocional e deixando claro que a relação pode não ser sincera.
Outro sinal é a presença restrita apenas em contextos positivos. Amigos verdadeiros estão ao seu lado em momentos difíceis; os superficiais surgem só em festas, celebrações ou situações vantajosas, mesmo sem dados acadêmicos robustos como os outros, esse padrão é perceptível na convivência cotidiana.
Por fim, a comunicação hostil ou marcada por sarcasmo pode prejudicar a relação. Piadas agressivas e ironias constantes minam a confiança e a sensação de segurança emocional. O que para uns é apenas uma brincadeira, para outros é uma ofensa velada e que pode deixar marcas. Freud já alertava que muitas verdades, e agressões, são ditas sob o pretexto do humor.
É preciso lembrar: nenhum desses sinais, isoladamente, determina a falsidade de uma amizade. É o padrão de comportamento repetido que revela se alguém realmente se importa ou apenas finge estar ao seu lado.