Quando um deputado faz uso da tribuna (microfone, que seja) para agredir uma colega distorcendo fatos e torcendo a realidade, não estamos vendo debate político. Presenciamos, sim, baixo ataque pessoal.
Quando vemos um senador mandar uma mulher pôr-se no seu lugar, não presenciamos debate político, mas puro e simplesmente machismo, preconceito.
Nada disso quer dizer uso devido do espaço público. Cada ato se encaixa em outra definição: caráter – pessoal e intransferível.
Isto posto, quando vemos pessoas normalizarem comportamentos assim, o que enxergamos não é amor ao próximo sendo praticado como Deus ensina. Muito pelo contrário.
Em entrevista à Rádio Sucesso, a deputada estadual Bia de Lima disse estar namorando e que gosta de namorar homens mais novos. Ponto.
Em sessão na Assembleia Legislativa, o deputado Amauri Ribeiro transformou a conversa no estúdio em algo que nunca foi: defesa da pedofilia.
No Senado, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ouviu de um parlamentar que não seria respeitada ali como ministra; depois, foi advertida por outro: “Ponha-se no seu lugar.”
Se você entende que isso é discussão política de alto nível, e que nada demais aconteceu, olhe-se no espelho.
Veja se a imagem que está lá é a personificação do que você defende da boca pra fora, quando fala, e da retina pra dentro, na sua consciência.
O mais é com você. É o seu mundo.