Após seis rodadas de negociações sem sucesso, Goiânia pode estar à beira de uma paralisação no transporte coletivo. O impasse envolve principalmente o reajuste salarial e a melhoria das condições de trabalho. Representados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos (Sindcoletivo), os motoristas exigem aumento salarial de 8% a 9%, além de melhorias nas pausas para refeição, na jornada de trabalho e nas condições de infraestrutura dos terminais.
A negociação se intensificou após o vencimento da data-base da categoria, que ocorreu em 1º de março. Apesar disso, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo (SET) ainda não apresentou uma proposta formal. De acordo com o Sindcoletivo, a falta de avanço nas negociações tem gerado frustração, especialmente após cinco reuniões terem sido desmarcadas pelas empresas.
Atualmente, o salário-base dos motoristas em Goiânia é de cerca de R$ 3.000. O último reajuste, de 7,5%, foi acordado em 2024 e homologado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Porém, o Sindcoletivo argumenta que o valor continua entre os mais baixos do país, especialmente quando comparado com outras capitais, como Brasília e São Paulo, onde os profissionais recebem salários mais altos. Em contrapartida, a tarifa do transporte coletivo em Goiânia está entre as mais altas do Brasil.
A expectativa agora se volta para a reunião agendada para esta terça-feira, 10 de junho, às 14h, na sede do SET. Caso haja uma proposta concreta das empresas, o Sindcoletivo convocará uma assembleia para votação. Se não houver avanços, a entidade planeja acionar a Superintendência Regional do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho, além de recorrer ao TRT com um pedido de dissídio coletivo.
Os motoristas ressaltam seu papel essencial durante a pandemia, quando mantiveram o sistema de transporte em funcionamento, e exigem reconhecimento pela dedicação. Por outro lado, o SET afirma que só se pronunciará após apresentar uma proposta oficial.