A executiva nacional do União Brasil decidiu nesta segunda-feira (8) expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino, após uma votação secreta que registrou 24 votos pela retirada do ministro dos quadros partidários. A direção do partido de Ronaldo Caiado, afirma que Sabino praticou infidelidade partidária ao não deixar o Ministério do Turismo.
Sabino acompanhou a reunião remotamente e, nas redes sociais, declarou que mantém ficha limpa e atribuiu a expulsão à decisão de permanecer no que considera o melhor projeto para o país. O conflito ganhou força quando, mesmo depois de anunciar que deixaria o cargo e entregar uma carta de demissão ao presidente, o ministro voltou atrás e tentou negociar sua continuidade no Turismo e no partido.
Em outubro, motivado pela visibilidade da COP30, que ocorrerá em Belém, Sabino decidiu permanecer na pasta. A direção nacional reagiu e removeu o ministro de todas as instâncias internas do partido, incluindo a liderança do diretório estadual do Pará. A crise cresceu porque Sabino planeja disputar o Senado em 2026 e acredita que o apoio de Lula e as ações da COP30 podem impulsionar sua candidatura.
Mesmo assim, ele encontra resistência no cenário político paraense. O governador Helder Barbalho (MDB) articula sua própria candidatura ao Senado, alinhado ao presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB), o que reduz as chances de Sabino. O ministro contou a aliados que outros partidos o sondaram e afirmou que só decidiria seu destino após o fim do impasse no União Brasil.
Sabino integra o União desde 2021, onde comandou o diretório estadual do Pará e participou da executiva nacional. Ele se elegeu deputado federal em 2022 e assumiu o Ministério do Turismo com apoio da bancada da legenda na Câmara. A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral assegura o mandato ao parlamentar expulso, o que libera Sabino para buscar outra sigla.
Em agendas recentes em Belém, Sabino afirmou que apoiará o presidente Lula independentemente do cenário político. Ele também sinalizou que permanecerá no Turismo até abril do próximo ano, prazo de desincompatibilização para quem pretende disputar as eleições de 2026.







