A atuação indireta de um ciclone extratropical pela região Sudeste causou um colapso na infraestrutura da Grande São Paulo e gerou um efeito dominó na aviação comercial brasileira, atingindo o Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia. O fenômeno, que trouxe ventos de 98,1 km/h (registrados na Lapa, Zona Oeste de SP), não apenas derrubou árvores e a rede elétrica, mas inviabilizou operações de pouso e decolagem nos principais centros de conexão do país.
Até a manhã desta quinta-feira (11), o painel do aeroporto na capital goiana e os comunicados das companhias aéreas confirmavam o cancelamento de, pelo menos, 18 voos. A interrupção afeta tanto quem tenta sair de Goiás quanto quem aguarda a chegada de aeronaves retidas no caos logístico paulista.
“Apagão” aéreo
Para entender a dimensão do problema em Goiânia, é preciso olhar para a origem: São Paulo amanheceu com mais de 1,5 milhão de imóveis sem energia elétrica, segundo a concessionária Enel. O Ciclone Extratropical comprometeu semáforos, gerou filas quilométricas de trânsito e afetou até o abastecimento de água.
No setor aéreo, o cenário é crítico. O Aeroporto de Congonhas (SP) teve 181 voos afetados apenas na quarta-feira (10) e segue com cancelamentos hoje. Já em Guarulhos, dezenas de aeronaves foram alternadas para outros estados ou nem chegaram a decolar. Como as aeronaves operam em “trilhos” (uma mesma aeronave faz várias rotas no dia), uma aeronave presa em São Paulo desfalca a operação em Goiânia, Brasília e outras capitais.
Situação em Goiânia
As rotas mais prejudicadas no Santa Genoveva são as pontes aéreas com Congonhas, Guarulhos e Viracopos (Campinas). As companhias Latam, Gol e Azul confirmaram que as operações foram suspensas por segurança devido às condições meteorológicas adversas e totalmente alheias ao controle das empresas.
Apesar da justificativa de força maior (clima), a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) estipula que a assistência ao passageiro é obrigatória. As empresas estão flexibilizando a remarcação de passagens sem custo para os próximos 15 dias, mas passageiros retidos no aeroporto têm direito a comunicação, alimentação e, dependendo do tempo de espera, hospedagem.
Confira a lista dos voos afetados em Goiânia:
Abaixo, a relação das operações impactadas (origem/destino) sujeitas a alterações ao longo do dia:
- LA3102 / LA3103: Congonhas (SP)
- LA3266 / LA3543: Guarulhos (SP)
- LA3616 / LA3617: Congonhas (SP)
- GLO1466 / GLO1231: Congonhas (SP)
- LA3544 / LA3131: Guarulhos (SP)
- AZU4326 / AZU4327: Viracopos (Campinas)
- GLO1556 / GLO1431: Congonhas (SP)
- LA3456 / LA3457: Congonhas (SP)
- LA3756 / LA3754: Brasília (DF) – Reflexo de malha
A recomendação é de que os passageiros não se desloquem ao Aeroporto Santa Genoveva sem antes confirmar o status do voo nos canais digitais das companhias aéreas.









