A entrada em vigor da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos não afetou o mercado financeiro nesta quarta-feira (6). O dólar recuou e fechou abaixo de R$ 5,50 pela primeira vez em quase um mês, enquanto a bolsa de valores encerrou o dia em alta, atingindo o maior patamar em duas semanas.
O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,463, com queda de R$ 0,043 (-0,78%). Após um breve movimento de alta na primeira hora do pregão, a moeda operou em baixa ao longo do dia e encerrou próxima às mínimas.
Esse é o menor valor desde 8 de julho. Só nos quatro primeiros pregões de agosto, o dólar acumula queda de 2,46%. No ano, a desvalorização da moeda já chega a 11,6%.
Na Bolsa, o Ibovespa subiu 1,04%, encerrando o dia aos 134.568 pontos. Essa é a terceira alta consecutiva do principal índice da B3, que acumula valorização de 1,59% na semana. O patamar atual é o mais alto desde 23 de julho.
Mesmo com o tarifaço do governo Donald Trump entrando em vigor hoje, o dólar manteve a tendência de queda. A queda da moeda se intensificou após declarações de uma diretora regional do Federal Reserve (Fed), que indicou possível corte nos juros básicos dos Estados Unidos ainda neste ano. A expectativa é que a redução comece em setembro.
Juros mais baixos em economias desenvolvidas favorecem a entrada de capital estrangeiro em mercados emergentes como o Brasil, o que ajuda a valorizar o real. Nem mesmo a nova tarifa de 25% imposta por Trump contra a Índia inverteu esse movimento.