Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em 20 de agosto de 1889, num Brasil bem diferente do de hoje. Para termos uma melhor noção de espaço-tempo, o país ainda era um Império. Embora viesse de família financeiramente abastada, só cursou o ensino primário. Mesmo com tão pouco tempo sentada nas carteiras escolares, Anna começou a escrever nos jornais provincianos com o nome pelo qual viria a ser conhecida: Cora Coralina.
Em 1911, casou-se com Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas e mudou-se para São Paulo, morando em Jaboticabal e depois na capital paulista. Nesse período, teve seis filhos: Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência. Infelizmente, Eneas e Ísis morreram ainda bebês. Logo enfrentaria outra perda – a do marido –, o que tornou sua vida mais difícil. A viuvez a fez mudar de cidade novamente.
Primeiro, foi para Penápolis, no interior paulista, onde trabalhou produzindo e vendendo linguiça caseira e banha de porco. Depois, estabeleceu-se em Andradina, ainda em São Paulo.
Em 1956, Cora retornou à Cidade de Goiás. Trabalhando como doceira, redescobriu a escrita. Em 1965, aos 75 anos, sua poesia finalmente ganhou reconhecimento com o primeiro livro: Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais.
Em 1984, tornou-se imortal da Academia Goiana de Letras, ocupando a cadeira de nº 38. Em um dia 10 de Abril, como hoje, uma pneumonia trouxe um ponto final a história de Cora Coralina que nos deixou aos 95 anos, em 1985.