O cenário político para uma eventual anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro tornou-se ainda mais improvável. Uma pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (8) mostra que a rejeição a essa possibilidade cresceu de 41% para 47%, enquanto o apoio a um perdão amplo (incluindo Jair Bolsonaro) recuou de 36% para 35%.
A análise dos dados mostra que não há apetite na população nem mesmo para saídas alternativas. A ideia de conceder anistia apenas para os condenados que não ocupavam cargos de liderança viu seu apoio diminuir de 10% para 8%. Além disso, a maioria dos brasileiros (52%) considera justas as penas já aplicadas, um contraponto aos 37% que as veem como muito rigorosas e que poderiam, portanto, ser revistas.

Mesmo propostas alternativas à anistia, como uma revisão das penas aplicadas aos condenados, encontram resistência. Para a maioria (52%), as sentenças determinadas pelo Judiciário foram justas. Apenas 37% consideram as punições excessivamente severas, o que daria margem para a discussão de uma alteração na dosimetria, como articulado por parte do Congresso.

O levantamento também captou o forte rechaço popular à “PEC da Blindagem”, que subiu de 53% para 63% de um mês para o outro, refletindo o sentimento contrário a medidas que possam ser vistas como protetivas para a classe política.

O estudo foi realizado em todo o país com 2.004 entrevistas e possui uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.