Documentos entregues pelo espólio de Jeffrey Epstein ao Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos citaram, entre outras figuras públicas, o bilionário Elon Musk e o príncipe Andrew, irmão mais novo do rei Charles III. Os registros foram divulgados nesta sexta-feira (15) por parlamentares do Partido Democrata.
Segundo os arquivos, Musk teria sido convidado para visitar a ilha particular de Epstein em dezembro de 2014. Ele já havia admitido anteriormente o convite, mas afirmou que recusou. O príncipe Andrew, por sua vez, aparece em um manifesto de voo datado de 12 de maio de 2000, em um trajeto entre Teterboro (Nova Jersey) e West Palm Beach (Flórida), na companhia de Epstein e de sua assistente Ghislaine Maxwell.
Além de registros de voo, a documentação inclui cópias de registros financeiros, agendas pessoais e mensagens telefônicas. Trechos censurados mencionam pagamentos por “massagens” atribuídas a um “Andrew” nos meses de fevereiro e maio de 2000, mas não há confirmação de que se trate do príncipe.
Na época, a família real britânica registrou oficialmente que Andrew esteve nos Estados Unidos entre 11 e 15 de maio de 2000 para compromissos públicos em Nova York e depois retornou ao Reino Unido. O Palácio de Buckingham sempre negou qualquer conduta inadequada por parte do príncipe.
O material também cita encontros planejados com outras figuras públicas, como Peter Thiel (2017), Steve Bannon (2019) e Bill Gates (2014). Gates já declarou que manter contato com Epstein foi “um erro”.
Epstein morreu em agosto de 2019, em uma prisão de Nova York, enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual. Sua cúmplice, Ghislaine Maxwell, foi condenada em 2021. Democratas pedem a divulgação de mais registros, alegando que os arquivos mostram a proximidade de Epstein com “alguns dos homens mais poderosos e ricos do mundo”. Já os republicanos, partido de presidente Donald Trump, acusaram os rivais políticos de usar o caso com fins partidários.