O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quinta-feira (17) da abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE), em Goiânia. O encontro reúne mais de 10 mil universitários de todo o Brasil e segue até o domingo (20) na Universidade Federal de Goiás.
Durante o discurso, Lula destacou o papel histórico da UNE na defesa da educação pública e criticou as desigualdades no acesso ao ensino superior.
“A elite brasileira sempre achou que indígena não precisava estudar, que escravo não precisava estudar, e que branco pobre tinha que cortar cana. Eu não tenho diploma universitário, mas fui o presidente que mais criou universidades neste país”, afirmou.
O presidente prestou homenagem aos estudantes mortos em um acidente rodoviário quando viajavam para o evento. Ele também sancionou o projeto de lei que destina recursos do Fundo Social para políticas de assistência estudantil em universidades e institutos federais. A medida prioriza jovens em vulnerabilidade socioeconômica, especialmente os beneficiados pela Lei de Cotas, garantindo moradia, alimentação, transporte, saúde e inclusão digital.
Lula aproveitou o congresso para criticar o governo dos Estados Unidos. Disse que o Brasil vai tributar as grandes empresas de tecnologia americanas e respondeu ao presidente Donald Trump, que anunciou tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras.
“Eu gosto de negociação, mas não aceito que ninguém interfira nos nossos problemas internos”, declarou.
O evento também contou com falas do ministro da Educação, Camilo Santana, que destacou o aumento de 18% no orçamento das universidades e dos institutos federais, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que defendeu mais investimentos em ciência e tecnologia.
Os estudantes da UNE, Ubes e ANPG entregaram uma carta a Lula, em que pedem ampliação de investimentos em educação e criticam o imperialismo americano. O documento defende o papel estratégico do ensino para combater desigualdades e fortalecer a soberania nacional.