Quando o assunto é viajar de avião, o imaginário popular remete quase automaticamente ao período diurno: a clareza da paisagem e o mapa vivo debaixo dos pés são atrativos que não dão para negar. Mas há quem prefira os mistérios da noite.
Na aviação, embora a experiência seja sempre única, sem querer ser clichê, o horário do bilhete define muito mais do que o momento da decolagem; ele dita o comportamento da atmosfera e o conforto do voo.

Para quem decola de Goiânia às 6 da manhã, o prêmio é a Golden Hour. Além da luz suave — que permite admirar o horizonte sem o incômodo da radiação solar intensa —, este é o momento em que a atmosfera está mais fria e estável, garantindo voos com menos turbulência.

Já os voos vespertinos oferecem a visibilidade total, ideal para quem gosta de geografia. Porém, é o horário que convém ao METAR (o boletim meteorológico) mais do que os outros horários, afinal não dá para aproveitar a vista com um tempo chuvoso.
Com o solo quente, a tarde é o momento das correntes térmicas e das nuvens de tempestade, que podem dar aquela sacudida no voo.

À noite, a física continua lá, claro — mas é o visual que assume o protagonismo. Sem o calor do sol, o voo tende a ser tranquilo, e a cidade vira aquele mar de luzes. Se pensar bem, até dá para associar a um sistema neural. E, além de tudo, é possível perceber melhor o planejamento urbano (ou a falta dele).

E se você for viajar durante a madrugada, fique tranquilo. Nesse horário, e em locais com menor poluição visual, as estrelas dão o ar da graça. Além de que aqueles detalhes de atmosfera mais fria e menos turbulências valem aqui também.

Porém, a qualidade da vista não depende apenas do relógio; o modelo da aeronave importa. Nesse quesito, a engenharia brasileira leva vantagem.
Os jatos da Embraer costumam ter janelas maiores e uma configuração de assentos confortável, no arranjo 2–2 (corredor ou janela, sem o assento do meio). Enquanto a família Airbus A320 e os Boeings 737 disputam eficiência, quem prioriza a vista costuma encontrar nos Embraer uma experiência mais favorável.








