Um policial militar de São Paulo atirou e matou Guilherme Dias Santos Ferreira, de 26 anos, na noite de sexta-feira (4/7), em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo. O jovem voltava do trabalho e corria em direção ao ponto de ônibus quando foi baleado. Segundo o agente, ele confundiu o jovem com um dos suspeitos de uma tentativa de assalto ocorrida minutos antes.
No boletim de ocorrência registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o PM relatou que sofreu uma tentativa de roubo e, ao ver alguém se aproximando com pressa, atirou. O disparo atingiu Guilherme na cabeça. Ele morreu ainda no local.
A mochila da vítima continha apenas uma marmita, livros e outros itens pessoais. Colegas e familiares descreveram Guilherme como casado, cristão, trabalhador e sem qualquer histórico de envolvimento com crimes.
O reconhecimento formal como vítima só aconteceu depois que amigos apresentaram provas de que ele havia encerrado o expediente momentos antes, incluindo o registro no ponto eletrônico.
Apesar de ter sido preso em flagrante, o policial pagou fiança de R$ 6,5 mil e vai responder ao processo em liberdade. A arma usada no disparo — uma pistola Glock calibre .40, da Polícia Militar — foi apreendida. A Polícia Civil já descartou a hipótese de legítima defesa por erro de percepção.
A morte de Guilherme provocou grande comoção nas redes sociais. Amigos e familiares lançaram a campanha #JustiçaPeloGuilherme, cobrando investigação rigorosa e punição ao responsável. Em uma das mensagens, o protesto: “foi morto simplesmente por ser preto”.