Com a cobertura vacinal contra a gripe estagnada em 20,21% entre os grupos prioritários em Goiás, o Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) já registra reflexos preocupantes. Dados do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da unidade apontam que 60% dos pacientes internados com influenza poderiam ter evitado complicações se tivessem se vacinado. Dos 23 pacientes internados nos últimos seis meses, apenas um estava imunizado, apesar de 14 pertencerem ao público prioritário.
A infectologista do HMAP, Priscilla Swadda, alerta para o impacto direto dessa baixa adesão. “A vacina está disponível e é segura, mas estamos enfrentando internações que seriam evitáveis. A influenza pode levar à morte, especialmente em crianças e idosos. A situação é grave e preocupante”, reforça.
A cobertura em 2025 é ainda menor que a de 2024, quando 48% dos grupos prioritários foram imunizados – número já abaixo da meta de 95% estipulada pelo Ministério da Saúde. O risco não é apenas individual: pacientes internados por influenza demandam isolamento, uso intensivo de equipamentos e redirecionamento de equipes, o que sobrecarrega a rede hospitalar.
Desde 2024, a vacina passou a integrar o Calendário Nacional de Vacinação, sendo ofertada gratuitamente durante todo o ano para os grupos prioritários: crianças até seis anos, grávidas, puérperas, idosos e pessoas com comorbidades. Ainda assim, a adesão segue baixa.
A influenza pode evoluir para pneumonia, insuficiência respiratória e morte, com risco maior para quem tem doenças crônicas. A vacinação anual continua sendo a principal forma de prevenção, pois o vírus sofre mutações frequentes, exigindo atualização da fórmula vacinal a cada ano.