O Complexo Oncológico de Referência do Estado (Cora), em Goiânia, iniciou suas operações nesta segunda-feira (9/6), prometendo um novo patamar no tratamento do câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade, que já recebeu os primeiros pacientes, destaca-se pelo investimento de R$ 63,2 milhões em tecnologia inédita no país, combinando equipamentos de última geração com um enfoque no atendimento humanizado.
O governador Ronaldo Caiado, presente na recepção dos 12 primeiros pacientes pediátricos, ressaltou a capacidade do Cora, afirmando que “nenhum hospital privado no país dá essas mesmas condições de atendimento e de procedimentos como nós estamos dando às crianças do SUS”. Entre os recursos de alta tecnologia, sobressaem um aparelho de ressonância magnética para imagens durante cirurgias e sistemas de robótica para reabilitação.
Com relação ao equipamento da ressonância magnética de altíssima resolução, ele custou R$ 6,9 milhões e permite que a equipe médica obtenha imagens em tempo real durante os procedimentos operatórios, auxiliando na remoção precisa de tumores. Henrique Prata, presidente da Fundação Pio XII, responsável pela gestão do hospital, enfatizou a precisão proporcionada pela tecnologia, descrevendo-a como “inédita” e fundamental para aumentar as chances de cura. “É um sonho fazer isso aqui, oferecer essa precisão”, completou Prata.
Além do aparato cirúrgico, o Cora investiu R$ 7,6 milhões em dispositivos robóticos para reabilitação neurológica e motora. Pacientes têm acesso a equipamentos como o Lokomat, um exoesqueleto robótico que auxilia na caminhada, e a C-Mill, uma esteira sensorizada que utiliza realidade virtual e aumentada para tornar a reabilitação mais lúdica, especialmente para crianças. Outros sistemas como Andago, Armeo Power e Armeo Spring complementam o conjunto.
A ala de Transplante de Medula Óssea (TMO) também se destaca pela inovação. O setor conta com camas hospitalares de alta tecnologia, equipadas com balança integrada para monitoramento contínuo do peso dos pacientes acamados e sensores de movimento. A climatização e o tratamento do ar do ambiente foram projetados para garantir maior qualidade e segurança.
Com um aporte de R$ 355 mil, o Cora possui um microscópio que permite o uso simultâneo por dez profissionais, facilitando diagnósticos colaborativos. Duas unidades de cicloergômetro de leito, no valor de R$ 420 mil, estão disponíveis para pacientes acamados, promovendo a circulação sanguínea e prevenindo atrofias musculares.
O investimento de R$ 575 mil em simuladores de treinamento clínico visa à capacitação contínua dos profissionais de saúde, focando na segurança e precisão assistencial. Um aparelho Lyse Wash Assistant (LWA-BD) automatiza a preparação de amostras para análise celular, otimizando o diagnóstico e monitoramento de doenças como leucemias e linfomas.
A inauguração do Cora representa um avanço significativo na oferta de tratamento oncológico de alta complexidade pelo SUS em Goiás.