Mesmo após sua morte em 2019, o nome de Jeffrey Epstein voltou ao centro das atenções nos Estados Unidos, agora como parte de um novo capítulo da disputa entre o bilionário Elon Musk e o presidente norte-americano Donald Trump.
Epstein foi acusado de molestar mais de 250 meninas menores de idade, além de comandar uma vasta rede de tráfico humano e exploração sexual. Segundo as investigações, o auge do esquema ocorreu no início dos anos 2000, mas ele só foi preso em 2019 — morrendo um mês depois, enquanto estava sob custódia.
Antes da revelação dos crimes, Epstein circulava entre milionários de Wall Street, membros da realeza europeia e celebridades. Em 2024, um novo processo relacionado ao caso levou à divulgação de documentos judiciais que citavam mais de 150 nomes — incluindo o de Donald Trump. No entanto, o próprio tribunal afirmou na época que a mera citação não estabelecia qualquer ligação direta do então ex-presidente com os crimes.
Durante sua atual campanha à eleição, Trump prometeu liberar novos documentos sobre o caso. Em fevereiro de 2025, o governo dos EUA chegou a divulgar arquivos sobre a investigação, mas a imprensa destacou que se tratavam dos mesmos divulgados no ano anterior — sem nenhuma informação inédita.
A treta com Musk
Nos últimos dias, o caso ganhou novo fôlego após um desentendimento público entre Trump e Elon Musk. O presidente teria se irritado com críticas de Musk a um projeto de lei orçamentária em tramitação no Congresso. A tensão escalou para uma série de ataques entre os dois nas redes sociais.
Durante a troca de farpas, o CEO da Tesla e da rede social X (antigo Twitter) acusou Trump de ocultar documentos sobre o caso Epstein por supostamente estar envolvido no escândalo.
“Hora de soltar a bomba realmente grande:
Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos.
Tenha um bom dia, DJT!”
Musk, Via Twitter
As investigações apontam que o esquema operado por Epstein funcionou entre 2002 e 2005, com o aliciamento de meninas — em sua maioria menores de idade — para atos sexuais com Epstein e seus convidados. Os abusos ocorreram em sua ilha particular no Caribe e em propriedades em Nova York, Flórida e Novo México. Epstein também forçava as vítimas a recrutar outras garotas, ampliando a rede de exploração.
Trump nos documentos
Trump e Epstein foram amigos próximos nas décadas de 1990 e 2000. O nome do atual presidente aparece em documentos divulgados em 2024, incluindo registros de voo — como um de maio de 1994, em que Trump aparece ao lado de Marla Maples (sua ex-esposa), Tiffany (sua filha) e as iniciais “JE”, identificadas como Jeffrey Epstein pelas autoridades.

O caso Epstein, no entanto, não é o único escândalo sexual envolvendo Donald Trump. O presidente também enfrenta outras acusações de assédio e abuso. Em outubro de 2024, durante a campanha eleitoral, a ex-modelo Stacey Williams afirmou que foi apalpada por Trump em um evento promovido por Epstein nos anos 1990, em Nova York. Trump negou a acusação, alegando motivações políticas.
Em 2023, um júri declarou Trump culpado por abuso sexual contra a escritora E. Jean Carroll, determinando o pagamento de indenização à vítima.