O Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu à Justiça a suspensão imediata do contrato de R$ 3,1 milhões firmado pela Prefeitura de Goiânia para a locação de dez veículos, incluindo um Jeep Commander blindado destinado ao gabinete do prefeito Sandro Mabel (UB). A ação civil pública foi apresentada pelo promotor Flávio Cardoso Pereira, que afirma não haver justificativa técnica ou fática para o uso de um automóvel com proteção balística pelo chefe do Executivo municipal.
Na petição, o promotor destacou que o próprio prefeito costuma circular pela cidade sem escolta ostensiva ou indícios de risco, aparecendo com frequência em vídeos caminhando em vias públicas e participando de eventos sem protocolos especiais de segurança. Para o MP, essa rotina contrasta com o argumento utilizado pela gestão municipal de que Goiânia enfrenta um cenário de violência urbana capaz de justificar o aluguel de veículos blindados.
O promotor também aponta que os indicadores oficiais da Secretaria de Segurança Pública de Goiás registram queda expressiva da criminalidade desde 2019, o que diverge do discurso apresentado pela prefeitura. Ele afirma ainda que não houve comprovação de ameaças ou atentados contra Mabel ao longo da investigação conduzida pelo MP.
Outro ponto questionado na ação é a coerência do gasto diante do decreto de calamidade financeira editado pelo próprio prefeito no início do ano, que prevê contenção rigorosa de despesas. Para o Ministério Público, a contratação “compromete a alocação eficiente dos recursos municipais” e pode afetar áreas prioritárias, como saúde, educação, iluminação pública e transporte.
A prefeitura informou, em nota, que a ordem de serviço já foi retificada e que o veículo blindado foi excluído do contrato. Segundo a gestão, não houve pagamento referente ao Jeep Commander. A administração municipal afirma que a revisão reforça o compromisso com a legalidade e a contenção de gastos.








