Prints de conversas revelaram que o cantor Lucas Lucco negociou carros de luxo que acabaram vinculados a um esquema de fraude em Goiás. As mensagens mostram o cantor tratando da regularização de dois Porsche Panamera com um falso advogado investigado no caso. “A cinza já está lisa. A preta, eu ajeito”, afirmou Lucco na conversa.
O advogado investigado ofereceu ao empresário vítima da fraude uma oportunidade de negócio envolvendo os veículos do cantor. Em nota, a assessoria jurídica de Lucco informou que o artista e o pai dele também caíram em um golpe e sofreram prejuízo financeiro, alegando que não possuem mais nenhum dos veículos.
A defesa do falso advogado negou fraude e afirmou que a negociação foi legítima, documentada e reconhecida judicialmente. Segundo ele, o empresário vítima da transação adquiriu parte de um dos Porsches, mas não pagou o valor total combinado.
Outro trecho da conversa aponta que Lucco enxergava grande potencial no negócio. “Isso vai ficar muito maior do que qualquer empresa que eu tenho ou você tem ou [empresário que é vítima da negociação] tem”, disse o cantor.

Entenda o caso
A fraude envolveu um Porsche GT4 que estava sob posse do falso advogado, mas com ordem de busca e apreensão. O advogado convenceu o empresário amigo a quitar o veículo junto à financeira, tornando-se proprietário. Em seguida, ofereceu as duas Panameras do cantor como parte de um negócio de permuta.
O empresário trocou o Porsche GT4 pelos dois Panameras, mas depois descobriu que os carros de Lucco estavam inadimplentes com o agente financeiro. A Polícia Civil de Goiás classificou o caso como estelionato.
O cantor negou ter omitido a situação das dívidas. “Eu não tenho motivos para ter omitido a questão do carro ainda estar sendo pago”, afirmou Lucco à polícia.
A Polícia Civil indiciou Lucco, o pai dele e o falso advogado por estelionato, associação criminosa, falsidade documental e ideológica. O falso advogado também responderá por fraude processual.
O caso também tramita na Vara Cível de Uberlândia (MG), onde a defesa de Lucco espera comprovar que ele e o pai são vítimas do golpe.
Nota da defesa de Lucas Lucco
A assessoria jurídica do cantor informa que, desde o início, contribuiu com investigações, apresentando à Autoridade Policial todas as provas no sentido de que Lucas Lucco e seu pai foram vítimas de um golpe, numa permuta de veículos porsche.
A partir do acesso que a assessoria jurídica do cantor teve ao relatório final do inquérito policial, informa-se, desde já, que Lucas Lucco e seu pai jamais participaram dos crimes. Em verdade, Lucas Lucco e seu pai foram vítimas de um falso advogado, que engendrou um plano criminoso fraudulento, incluindo falsificação de assinatura digital do cantor, falsificação de documentos perante a Justiça do Estado de Goiás e outros artifícios.
Lucas Lucco e seu pai sofreram grande prejuízo financeiro após as manobras criminosas, visto que, no momento, não estão na posse/propriedade de veículo algum.
Vale ressaltar que o caso, além de ser investigado em inquérito policial que tramita em Goiânia/GO, está sub judice em Vara Cível da Comarca de Uberlândia/MG, de forma que, após o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, os fatos serão esclarecidos, comprovando-se que Lucas Lucco e seu pai estão na posição de vítimas de estelionato e outros crimes.
NOTA DA DEFESA DO FALSO ADVOGADO
A defesa vem a público esclarecer que a negociação envolvendo o veículo Porsche não possui qualquer indício de ilicitude ou fraude, tratando-se de operação legítima, documentada e chancelada judicialmente.
Ao contrário do que vem sendo veiculado, ele não atuou como intermediador da venda: ele era o legítimo proprietário do veículo, que estava registrado em seu nome. O empresário mencionado na operação adquiriu apenas uma parte do bem, tornando-se sócio da transação, mas não chegou a quitar o valor integral inicialmente acordado.
Posteriormente, diante da inadimplência de Lucas Lucco quanto ao pagamento dos gravames financeiros do veículo, bem como da recusa do empresário em arcar com o valor pactuado, ele obteve a restituição judicial do veículo, por decisão legítima proferida no Estado de Goiás e confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Não há qualquer fraude processual. As guias de custas judiciais foram canceladas em Goiás e o processo foi corretamente remetido a Minas Gerais, onde houve o regular recolhimento. Tudo tramitou de forma pública, legítima e transparente.
A ação judicial somente foi ajuizada porque Lucas Lucco, além de não quitar os veículos que ofertou na permuta, vendeu um deles a uma loja em São Paulo, sem cumprir a obrigação contratual firmada.
Importa frisar que nosso cliente jamais teve ciência de que os veículos ofertados na permuta estariam alienados ou com qualquer gravame, até porque ele próprio era credor na operação em questão, sendo, portanto, vítima direta da inadimplência.
A tentativa de transformar um litígio contratual em questão criminal é lamentável e será enfrentada com serenidade pela defesa, que confia plenamente na apuração técnica dos fatos e no reconhecimento da lisura da conduta de seu constituinte.