Esqueça as longas e arrastadas novelas com 300 capítulos, cujo ritmo lento ditava a rotina de milhões de brasileiros em frente à TV. A forma como consumimos ficção vive uma verdadeira revolução, e ela atende pelo nome de mini-novelas verticais.
Com episódios que duram entre 60 e 90 segundos, essas produções se tornaram uma febre não apenas nas redes sociais, mas também – e aqui reside a grande surpresa – em serviços de streaming inteiramente dedicados a este novo formato de contar histórias.
A explicação para esse fenômeno está na palma da nossa mão. A velocidade imposta por Reels, TikTok e Shorts minou gradualmente nossa capacidade de atenção. Pesquisas de referência, como as da professora Gloria Mark da Universidade da Califórnia, indicam uma queda drástica: se antes a média de foco em uma tela era de 2,5 minutos, hoje mal chegamos aos 47 segundos. Foi nesse cenário que os microdramas, ou “short dramas”, encontraram terreno fértil.
Nascidos na China, esses conteúdos de baixo custo geram retornos milionários. A indústria, apenas em 2023, teve um crescimento de quase 270% e, em 2024, faturou o equivalente a mais de R$ 60 bilhões.
O ecossistema já conta com milhares de novas produções e empresas registradas no setor. Gigantes do streaming, como Tencent e iQiyi, já licenciam essas produções, enquanto aplicativos dedicados como ReelShorts e ShortMax ganham tração global.
A verticalidade dos vídeos, pensada para o consumo em smartphones, permite uma experiência de maratona ágil. Uma trama completa, com seus dramas e reviravoltas, pode ser consumida em um período que varia de 20 a 200 minutos, dependendo do número de episódios.
E para quem pensa que o Brasil ficou de fora… enganou-se. Temos A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário, uma produção feita em terras tupiniquins