O ritual de pular as sete ondas no Réveillon é, sem dúvida, um dos mais tradicionais e populares do litoral brasileiro. No entanto, para quem vai passar a virada longe do mar ou deseja reforçar as boas energias, existem outros rituais clássicos que prometem reforçar pilares como a vida financeira e o sucesso pessoal. Estas práticas, transmitidas por gerações, misturam folclore e a psicologia da intenção para começar o novo ciclo com o pé direito.
Conheça três simpatias populares para realizar na noite de 31 de dezembro
1. A nota de R$ 2 na sola do pé
Esta é uma das simpatias mais específicas para quem busca estabilidade financeira. A lógica por trás é que o dinheiro deve estar “sob seus pés” para que você caminhe sobre a prosperidade ao longo do ano.
Para realizar essa simpatia, deve-se colocar uma nota de dois reais dentro do calçado (preferencialmente no pé direito e com o dinheiro em contato direto com a sola do pé) no momento da virada. O uso da nota de menor valor não é por acaso: ela representa a circulação constante e a facilidade de atrair novos ganhos. Há quem prefira usar notas de valores maiores, mas a tradição reforça que o importante é o contato do dinheiro com o caminhar.
Depois da virada, a simpatia não termina com o dinheiro no calçado. A tradição diz que a nota deve ser retirada apenas no dia seguinte, já no dia 1º de janeiro, para simbolizar que a pessoa iniciou o ano “caminhando” sobre a prosperidade.
Em seguida, o mais importante: o dinheiro não deve ser guardado. A nota de R$ 2 precisa ser gasta, pois o sentido do ritual está na circulação do dinheiro, e não na acumulação. Gastá-la representa manter o fluxo financeiro ativo ao longo do ano.
O ideal é que o valor seja usado ainda no primeiro dia do ano ou nos dias seguintes, preferencialmente em algo simples e necessário, como alimentos, transporte ou itens do cotidiano. Algumas variações da simpatia também admitem a doação do valor — ou de um valor complementar — reforçando a ideia de que o dinheiro, quando circula, tende a retornar.
Independentemente da forma escolhida, a lógica permanece a mesma: ao colocar o dinheiro em movimento logo no início do ano, o ritual simboliza um período de maior estabilidade financeira, menos bloqueios e mais oportunidades ao longo dos meses seguintes.
2. Comer uvas debaixo da mesa
Inspirada na tradição espanhola das “doze uvas da sorte”, a versão adaptada no Brasil ganhou um elemento inusitado: o abrigo debaixo da mesa. A crença sugere que, ao soar da meia-noite, a pessoa deve comer 12 uvas (uma para cada mês do ano) enquanto permanece embaixo da mesa de jantar.
O ato de se esconder sob a mesa simboliza a busca por proteção e foco, longe das distrações externas. Cada uva ingerida deve vir acompanhada de um desejo específico. Além disso, é costume guardar as sementes na carteira até o próximo Réveillon para garantir que o dinheiro não falte.
Depois de consumir as 12 uvas, a tradição recomenda sair debaixo da mesa apenas após o término da contagem regressiva, simbolizando o retorno ao convívio e à vida cotidiana já sob a proteção dos desejos feitos.
As sementes não devem ser descartadas imediatamente. Guardá-las na carteira representa a intenção de manter estabilidade financeira ao longo do ano. O costume indica que elas podem ser mantidas até o próximo Réveillon ou, em algumas variações, descartadas no primeiro pagamento ou recebimento significativo do ano, como forma de simbolizar que o dinheiro começou a circular.
Independentemente da versão seguida, o ritual reforça a ideia de planejamento mês a mês, já que cada uva corresponde simbolicamente a um período do ano.
3. Sementes de romã na carteira
Para completar o trio de simpatias, a romã é a fruta símbolo da fertilidade e da abundância. Diferente das uvas, o foco aqui é estritamente a preservação da riqueza.
O ritual consiste em comer a polpa de sete sementes de romã e, em seguida, secar os caroços. Essas sementes devem ser envolvidas em um papel branco ou guardadas em um compartimento da carteira que não seja aberto com frequência. A tradição diz que a romã atrai fartura para a casa e impede que o orçamento fique no vermelho nos meses seguintes.
Após guardar as sementes, a simpatia não exige novas ações imediatas. A recomendação é mantê-las na carteira durante todo o ano, evitando manuseá-las com frequência. O gesto simboliza cuidado e preservação dos recursos financeiros.
No fim do ano, as sementes devem ser descartadas na natureza ou no lixo comum, sem cerimônias, para marcar o encerramento do ciclo. Em seguida, o ritual pode ser repetido na virada seguinte, reforçando a ideia de renovação constante da prosperidade.
Independente da crença individual, esses rituais funcionam como marcos psicológicos, ajudando a renovar as esperanças e a definir metas claras para os próximos 365 dias.








