O universo digital tem múltiplas camadas, que vão desde oportunidades de aprendizado e entretenimento para crianças e adolescentes, mas também podem envolver a exposição de jovens a riscos como adultização precoce, cyberbullying, exposição a conteúdos impróprios e contatos com pessoas mal-intencionadas.
Sem orientação, crianças podem ser pressionadas a amadurecer antes da hora, fenômeno conhecido como adultização infantil e que envolveu a polêmica denunciada pelo influenciador Felca contra o também influencer Hytalo Santos.
Essa adultização precoce pode trazer consequências sérias para o desenvolvimento emocional e psicológico dos jovens, levando a quadros de ansiedade, depressão e até distúrbios de imagem, além de apagar a importante fase da ludicidade.
O que é adultização?
A adultização ocorre quando crianças ou adolescentes assumem comportamentos e responsabilidades típicos de adultos, muitas vezes estimulados por redes sociais, aplicativos de vídeo ou conversas em grupos virtuais. Nas redes, vemos isso em crianças que reproduzem trends com conotação sexual, usam maquiagem e roupas de adulto, demonstram uma preocupação exagerada com likes e seguidores, e até mesmo abandonam brincadeiras típicas da idade. Esse processo pode afetar o desenvolvimento emocional e psicológico dos jovens, aumentando vulnerabilidades online.
É importante lembrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) protege o direito ao desenvolvimento saudável, e a adultização precoce vai contra esses princípios. Além disso, cresce a discussão sobre o papel das plataformas digitais na propagação desse fenômeno. Muitas vezes, os algoritmos acabam impulsionando conteúdos que incentivam a adultização, e é fundamental que essas empresas também assumam a responsabilidade na proteção dos usuários mais jovens.
Sinais de alerta para adultização
- Começa a usar um vocabulário e gírias de adultos com frequência.
- Demonstra interesse por temas que não são apropriados para a idade, como relacionamentos amorosos complexos ou festas de adultos.
- Está excessivamente preocupado(a) com a aparência, o número de seguidores e curtidas nas redes sociais.
- Imita o comportamento e as poses de influenciadores adultos.
- Perde o interesse por brincadeiras e atividades típicas da infância.
Dicas para proteger os menores
- Diálogo constante: Conversar regularmente sobre o que eles acessam, quais aplicativos usam e com quem interagem cria um ambiente de confiança. Evitar julgamentos ajuda a criança a compartilhar problemas e experiências.
- Configurações de privacidade: Ativar controles parentais e ajustes de privacidade em dispositivos e aplicativos é uma ferramenta preventiva importante, limitando o acesso a conteúdos inadequados.
- Limite de tempo online: Estabelecer horários para o uso de telas ajuda a equilibrar atividades digitais e offline, prevenindo a exposição excessiva a conteúdos adultos e o isolamento social.
- Educação digital: Ensinar sobre golpes virtuais, desinformação e respeito online contribui para que crianças reconheçam riscos e desenvolvam senso crítico.
- Acompanhamento de redes sociais: Observar perfis, comentários e interações permite identificar sinais de exposição a situações de risco e adultização precoce.
- Exemplo dos pais: Crianças e adolescentes aprendem pelo exemplo. O uso responsável da internet pelos adultos influencia diretamente o comportamento digital dos filhos.
A prevenção é a principal aliada dos pais na proteção de crianças e adolescentes na internet. Com diálogo, supervisão e educação digital, é possível reduzir riscos e garantir que o ambiente virtual seja um espaço de aprendizado, diversão e desenvolvimento saudável.