O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), em Goiânia, tem se consolidado como um dos principais polos de produção de dispositivos ortopédicos personalizados no país. Dados dos primeiros dez meses deste ano mostram que mais de 10 mil itens, entre próteses, órteses e dispositivos auxiliares de locomoção, foram produzidos e entregues gratuitamente. O volume inclui tanto a oficina ortopédica fixa da unidade quanto a itinerante, que circula por todas as regionais de saúde de Goiás.
A Oficina Itinerante — um caminhão equipado para atendimento e confecção dos dispositivos — registrou a entrega de 1.625 itens. Entre eles, 185 calçados feitos sob medida, 95 próteses, 490 órteses e 234 recursos auxiliares de locomoção. Na oficina fixa, instalada no Crer, o número é ainda maior: 8.530 itens finalizados, incluindo 417 próteses, 2.276 órteses, 3.059 meios auxiliares de locomoção e 658 adequações de cadeiras de rodas.
O impacto do trabalho aparece nas histórias de pacientes como Johnatha Pereira da Silva, 43 anos, amputado há 21 anos após um acidente de moto. Ele é acompanhado pelo Crer há duas décadas e já passou por diversas etapas de reabilitação, incluindo atendimento psicológico, fisioterapia, terapia ocupacional e práticas esportivas, além do acompanhamento contínuo da oficina ortopédica.
“Recuperei minha autonomia e retomei minha vida. Hoje trabalho, sou casado e pai. O atendimento que recebi ao longo dos anos fez toda a diferença”, afirma.
Segundo o diretor técnico assistencial do Crer, Ciro Bruno Silveira Costa, a integração entre tecnologia, digitalização de modelos, materiais modernos e adaptação individualizada tem elevado a precisão e o conforto dos dispositivos. A atuação itinerante também amplia o alcance, levando o mesmo padrão de atendimento para moradores de municípios distantes.
O conjunto dessas ações tem colocado Goiás em posição de destaque nacional na área de reabilitação ortopédica. Para muitos pacientes, o acesso a próteses e órteses personalizadas representa não apenas mobilidade, mas a possibilidade concreta de reconstrução da rotina e retomada da independência.









