O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou, na terça-feira (2/12), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública enviada pelo governo federal ao Congresso. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, ele afirmou que o texto reduz a autonomia dos estados na condução das políticas de segurança e pode enfraquecer o combate ao crime organizado.
Ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Caiado participou do debate sobre “Competências federativas na segurança pública, sob a ótica estadual”. Segundo ele, a proposta centraliza decisões em Brasília e dificulta a atuação das polícias estaduais. O governador alegou ainda que o governo federal deveria priorizar estratégias de integração, investimentos e fortalecimento das corporações em vez de limitar a autonomia dos gestores locais.
Caiado apontou como exemplo a expansão territorial de facções criminosas na Amazônia. Ele citou o estudo Cartografias da Violência na Amazônia, segundo o qual o Comando Vermelho e o PCC ampliaram presença na região entre 2023 e 2025, passando de 178 para 344 municípios. Na avaliação do governador, a União precisa assumir papel mais ativo nesse enfrentamento.
O chefe do Executivo goiano também afirmou que a distribuição de recursos federais segue critérios políticos e que estados governados por partidos fora da base aliada estariam sendo prejudicados. Ele mencionou que Goiás recebeu R$ 1 milhão para o sistema prisional, enquanto o governo estadual investiu R$ 340 milhões em obras e melhorias.
Tarcísio de Freitas, por sua vez, demonstrou preocupação semelhante com a PEC e defendeu que os estados mantenham autonomia para executar ações de segurança. Ambos reforçaram que o tema exige cooperação federativa e previsibilidade orçamentária.










