Pela terceira vez em seis meses, a estrutura do lixão de Padre Bernardo cedeu, provocando nova contaminação no córrego Santa Bárbara na madrugada desta terça-feira (25). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) confirmou o incidente e informou que uma equipe técnica iria ao local nesta quarta-feira (26) para avaliar danos e definir novas medidas.
O desmoronamento ocorreu na madrugada de terça-feira (25), na mesma pilha que cedeu pela primeira vez em julho de 2025. Segundo a Semad, ainda não há estimativa do volume de resíduos arrastado. O Centro de Informações Hidrológicas e Meteorológicas da pasta (Cimehgo) registrou cerca de 140 milímetros de chuva no dia do incidente, um acumulado elevado para o período.
Por causa da contaminação, o consumo de água do córrego Santa Bárbara permanece proibido desde a publicação de uma portaria assinada pela secretária Andrea Vulcanis após o primeiro acidente. A medida segue válida após o novo deslizamento.
A Semad afirma que é provável a emissão de um novo auto de infração, desta vez por descumprimento da obrigação de estabilizar o maciço — ponto já cobrado anteriormente pela pasta e pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). A Ouro Verde, empresa responsável pelo lixão, foi procurada, mas não respondeu até a última atualização.
Este é o terceiro evento envolvendo o mesmo aterro. O primeiro, em junho de 2025, arrastou cerca de 42 mil metros cúbicos de resíduos e levou a uma multa de R$ 37,5 milhões aplicada à empresa. Em novembro, um segundo deslizamento foi registrado, sem atingir o curso d’água.
A segunda pilha de resíduos existente hoje foi formada com o lixo retirado do córrego após o primeiro desmoronamento, o que, segundo especialistas ouvidos pelo MP-GO em ocasiões anteriores, aumenta o risco de novos episódios.









